sábado, 10 de julho de 2010

A parada do Quitexe

Parada do Quitexe, em 1974. Foto do 1º. cabo sapador José A. N. Louro, cedida pelo filho (1º. sargento Sérgio Louro)

A parada do Quitexe dava para tudo, até para umas boas partidas de futebol, como nesta foto se adivinha - a ver pela "farda" dos poderosos atletas e cavaleiros do norte que por ali se passeiam em calções. Talvez nalgum treino para alguma partida no pelado campo de futebol da vila - onde se disputaram rijos despiques entre militares e entre estes e os civis. 
Por ali cirandava a tropa toda: eram as casernas, os balneários, a cozinha, o refeitório, as oficinas. Vêem-se ali até as duas bombas de combustível. E este espaço arrelvado, à frente, era privilegiado para tirar umas boas fotos para as famílias e namoradas! Quantas lá se terão tirado!!!!
A parada era também, invariavelmente, o local de concentração dos grupos operacionais - quando chegavam os momentos de véspera de saída para operações, escoltas ou patrulhamentos. Por exemplo, ver AQUI. E quantas angústias aqui se sentiram, quando partíamos para o desconhecido, para as picadas de pó e mil perigos e armadilhas que se alongavam pelas matas do norte de Angola, por vezes em escoltas a alguma gente que não nos respeitava tanto que merecesse esse sacrifício e esses riscos; e para patrulhamentos e operações que nos deixavam a esperança em coma, como se adivinhássemos lutos que felizmente não aconteceram.
Desta parada, tenho várias recordações, boas e más, paridas algumas da minha irreverência anti-poder e, quiçá, também de alguma ligeireza de actos - como aquela de apresentar a Companhia ao capitão Oliveira. Ver AQUI.
E ocorre-me agora a brincadeira de pormos o PELREC em formação de ginástica - calção, camisola de abas e sapatilhas brancas, coisa nunca vista no Quitexe... - para um cross que, como «objectivo» final, tinha o de obrigar um militar a tomar banho, no balneário. Banho, coisa que el não tomaria iria para meses e disso se queixavam os companheiros de caserna.
Enfim, de uma parada, quantas coisas não se poderiam recordar. Esquecendo as más, mas sublinhando as boas!!!

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