Bar do Eugénio, em Carmona (foto de 2004), perto do «nocturno» Diamante Negro
A 25 de Julho de 1975,a coluna militar do BCAV. 8423 saiu de Carmona e chegou a Salazar - o objectivo traçado para esta terceira tentativa. Dois dias antes, sem que eu possa aqui contar o que passou (por não saber os pormenores) , o comandante Almeida e Brito e outros oficiais reuniram com a FNLA e impuseram argumentos e força.
Quem lê esta narrativa, pode ajuizar do estado de espírito da guarnição, em face das duas anteriores tentativas de saída: «Ou vamos para avançar, nem que seja a tiro, ou não saímos de Carmona...». Outra saída, seria uma desonra. E era também o descrédito junto da população europeia - que finalmente tinha ganho a noção de uma realidade dramática que se adivinhava para os seus dias seguintes e se tornava mais próxima da tropa.
Os patrulhamentos continuavam na cidade, a Polícia Militar via o seu trabalho avolumar-se - para acudir a pequenos conflitos, principalmente gerados de provocações e ofensas de alguns civis, aos tropas. «Cobardes||...», era substantivo com que vulgarmente se adjectivavam os militares. E traidores, filhos desta e daquela, de cabras e do que lhes vinha à cabeça. Numa das vezes, perto do Bar do Eugénio, soltou-se grossa escaramuça entre um grupo de jovens civis e militares, que obrigou à intervenção do piquete de serviço. Vinha uns do bar Diamante Negro, ali por perto, e vadiavam outras pela noite adentro. De cuspidelas a insultos, caminhou-se num instante. E, como a espuma, a pancadaria fez espilrar sangue de alguns.
«Cobardes!!! Traidores!...», gritavam os jovens. Como se os militares do BCAV. 8423 tivessem culpa das contas que alguns nativos queriam ajustar com quem supostamente os teria explorado! Não foram fáceis os últimos dias de Carmona!
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