Parada do BC12, vista da varanda do edifício de comando - onde um oficial quis instalar uma metadladora pesada, para reagir ao ataque/Bombardeamento da FNLA
A data que não posso precisar, chegou ao BC12 a ameaça de bombardeamento, anunciada pela FNLA. Foi pelos meados do Julho de 1975, as exigências «fnla´s» eram cada vez mais estranhamente ameaçadoras e tomaram-se as devidas precauções, embora não se acreditando muito que tal viesse a acontecer. Mas entrámos em prevenção acima da simples, embora despercebida de boa parte da guarnição.
Os desaires militares do movimento «respiravam-se» em Carmona - porventura o seu útimo refúgio. E as exigências passavam por armamento - como já aqui foi dito.
É desse tempo, por estes dias de Julho de 1975, o tenente Mora mandar montar uma metralhadora pesada (MG42) na varanda do comando no quartel para fazer fogo sobre a parada, quando os bandidos entrassem no quartel. Os bandidos, entenda-se como sendo os militantes armados da FNLA.
Ordem recusada e incumprida pelo furriel Machado, com a veemência que dele tão bem conhecíamos, aprudentando-se em relação a um eventual ataque - que seria um banho de sangue.
«O meu tenente, nem pense!!!... Não monto metralhadora nenhuma...», gritou, esbaforido, o sempre impulsivo Machado - que era mecânico de armamento.
O tenente Mora pensar, pensou... mas desmobilizou a ideia - ante a veemência e racionalidade da posição de Machado, que desobedecia a uma ordem que, a cumprir-se, sabe-le lá que tragédias provocaria. Imagine-se uma metralhadora MG42 a disparar para a parada, a matar os nosso companheiros.
Havia postos avançados de defesa à volta do aquartelamento, cheirava-se a pólvora que tiroteava aos longes do BC12, mas seria ousadia a mais a FNLA concretizar a ameaça de bombardeamento do quartel. Os Cavaleiros do Norte andavam em pulgas, tensos e ansiosos, mas reagiriam em toda a força. Seguramente com valentia. A nossa capacidade de fogo explodiria por tudo quanto fosse sítio de perigo. Sem um medo!
O que se passava, na verdade, é que o clima de tensão que se vivia poderia explodir a cada momento - acossado e aumentado, que estava, pelo impedimento de saída da coluna do dia 13 de Julho, pela irascibilidade dos «fnla´s», pelos insultos e xenofobias qu se atiravam á cara dos militares.~
A ameaça de ataque ao quartel era a última gota!!! Estávamos todos em alerta, prontos para nos entrincheirarmos em posições de combate. Felizmente, não houve um tiro!
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