Vista parcial e aérea da cidade de Carmona, nos anos 70 do século XX
Os acontecimentos precipitavam-se de dia para dia, em Carmona e nos meados de Julho de1975. A cidade «engordava» com a chegada permanente de refugiados das fazendas e povoações de menor densidade populacional - algumas delas queixando-se e sofrendo represálias, depois da saída da tropa.
Eram muitos, centenas, milhares!!!..., os populares angolanos que fugiam das sanzalas e fazendas, onde se sentiam perseguidos e inseguros. E há relatos - que nunca confirmei pessoalmente... - de espancamentos e mortes, violações, saques, assaltos!!!
Poupemos as palavras de drama e tragédia, de ódios levados ao extremo, com que se viveram estes meados de Julho em Carmona - onde o BCAV. 8423 já estava reagrupado e mantinha, a custos e sacrifícios muito elevados, a neutralidade activa que terá evitado muito derramamento de sangue.
Foi notória a chegada de gente e mais gente, de todas as etnias - africanas e europeias. De dedo apontado à tropa! Principalmente os europeus, que ali tinham feito uma vida e se viam em vésperas de perder tudo o que tinham construído e nas fronteiras de um futuro inseguro! Temendo pela vida!
Aqui e ali ouviam-se relatos de vinganças físicas - as dos ex-trabalhadores das mil fazendas da café e outras lavras que tiravam deforço do (próximo ex) colono. Lá acudia a tropa! Os assaltos repetiam-se na cidade, à luz do dia.
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