sexta-feira, 7 de maio de 2010

Uma ilha no mar da FNLA

Cruzamento da Rua do Comércio com a Adm. Carmo Ferreira, em Carmona


Os primeiros dias de Maio de 1975, em Carmona e na província do Uíge, foram de crescente tensão - tensão fermentada em ódios que levedavam de dia para dia.
«Não esmorecendo, expondo os seus problemas mas cumprindo, começaram a verificar-se desautorizações e atropelos», refere o Livro da Unidade, citando o BCAV. 8423 como «alvo de vexames», as tropas portuguesas apelidadas de «partidárias» e consequentemente «vendo as suas actividades mal aceites, ainda que não suscitem quaisquer dúvidas quanto à sua isenção».
As diferenças entre MPLA e FNLA eram visíveis, quase se apalpavam, e eram permanentes as contendas, algumas «abrilhantadas» a fogo de armas, algum sangue e agressões físicas e morais. A tropa portuguesa, lê-se no Livro da Unidade, afirmava-se «viver-se numa ilha, no mar da FNLA, com todas as inconvenientes posições que daí advém».
Aos militares porugueses, ia valendo «a coesão criada e a disciplina vivida». Para impor a ordem, salvar vidas e bens, honrar a soberania que se aproximava do fim - a portuguesa - e procurando ajudar a criar as bases do novo país - Angola. Mas essa missão era muito mal entendida pelos dirigentes e militantes dos dois movimentos, já não falando da comunidade civil branca (europeia). Disso eram alvo permanente os militares da PM e das forças mistas.

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