Zalala, ali ao lado esquerdo, em cima. Mapa do livro "Quitexe - uma
tragédia anunciada», de João Nogueira Garcia
Ontem aqui falou Francisco Queirós de Zalala, hoje aqui volto - por ter reencontrado José Martinho, que por lá batalhou em 1961.
José Oliveira Martinho, agora aposentado da PSP, era da 1ª. Companhia de Caçadores que chegou ao Quitexe e contou-me que, depois de estabilizada a vila, levaram 9 dias para fazer os 40 e alguns quilómetros que os levaram a Zalala - onde encontraram morte e destruição
O galgar dos quilómetros foi lento. «Tivemos de fazer e desfazer 14 pontes, para progredir. Fomos alvejados muitas vezes, morreram soldados nosssos, creio que nove...», contou José Martinho - que também sábado reúne a sua malta do Quitexe, na zona da Guarda.
Os tempos foram de dramas e tragédias que as palavras não contam- Desbravaram picadas e construíram pontes, invadiram «aquartelamentos», limparam suor feito de sangue dos rebentamentos de bombas e minas, do deflagrar de granadas, do efeito mortífero dos tiros dos canhangulos.
Zalala ofereceu-lhes cenário mortal: dezenas de mortos, homens, mulheres e crianças. «Safou-se o encarregado da fazenda, a qum deceparam um braço, mas conseguiu fugir para a mata, onde andou à fome até que a tropa apareceu», contou José Martinho. Era a guerra que começava! O encarregado salvou-se, a embrulhar o côto do braço em bocados de pano e folhas de árvores!
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