de Morteiros 3096, blogue de César. À esquerda, a caserna do PELREC da CCS do BCAV. 8423
Aos tempos do Quitexe, ir de férias era o sonho de qualquer um. E não estou a falar de férias no «puto» ou de quaisquer outras, quer fossem em Luanda, Carmona, ou em outra qualquer cidade da extensa Angola. Para muitos, gozar férias significava, principalmente, não ter de ir para o mato, estar-se nas tintas para as escalas de serviço e vestir-se à civil, o que até dava um certo gozo!
Diga-se a verdade, e por estranho que possa parecer, havia quem não tivesse possibilidades financeiras para sair da vila e gozar, no mínimo, meia dúzia de dias na cidade de Carmona. O valor que um praça recebia, mesmo poupadinho, não dava para ir longe. E para não falar dos que tinham deixado responsabilidades familiares na terra! Ah pois..., e na minha Companhia não eram poucos! Mesmo assim, nunca lhes notei um desalento! Sempre lhes reconheci uma precoce maturidade, talvez fruto das responsabilidades assumidas.
Outros, nossos colegas das outras companhias, vinham gozar as férias ao Quitexe, como se de um grande centro se tratasse. Para eles, era extremamente importante sair do isolamento e mudar os seus hábitos, por mais simples que fossem. Sabendo nós da importância que aquelas férias representavam, recebíamo-los, não com pompa mas de forma a proporcionar-lhes umas férias mais animadas.
Ora, era precisamente aqui que entravam os fados e outros momentos lúdicos. Deles, seria palco a Vivenda das Transmissões. Ver AQUI.
ANTÓNIO CASAL
1º. cabo rádio-telegrafista do BCAÇ. 3879
- PUTO. Gíria militar, para designar o território continental português (Portugal).
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