Santa Isabel, Songo, Luísa Maria, Vista Alegre, Ponte do Dange, Carmona e
outras localidades, os Cavaleiros do Norte cumpriram a sua missão, entre 1974 e 1975
«Soldado, vais para Angola, onde irás encontrar populações negras e mestiças, que são portuguesas como tu. Têm usos diferentes, religião que pode ser ou não a tua; falam, ou não, a tua língua e têm os seus dialectos próprios. Embora com estas possíveis diferenças, mantém-se unidos a Portugal e como portugueses querem viver.
Vais ajudá-los nos seus problemas, como tal respeita-os, e aos seus costumes. Lembra-te que são seres como tu, a sua família é como a tua. Então, poderás contar que estás a cumprir uma parte muito importamte da tua missão de combatente. De contrário, serás uma mau militar e estás a atraiçoar os ideais que a Pátria te impõe e que juraste solenemente defender e fazer cumprir».
O que deixo atrás transcrito é parte da documentação - de acção psicológica - distribuída aos militares do BCAV. 8423, no período de penúltima preparação operacional para Angola - antes dos dez dias de férias, a chamada licença de norma. Não consigo recordar o efeito psicológico que a mensagem então terá tido nos nossos espíritos. Provavelmente, não teremos dado grande importância.
A fatalidade que era a nossa ida à guerra, estigma com que crescemos desde a nossa infância (pela adolescência e juventude adentro), ter-nos-á aligeirado a preocupação. Mas não deixa de ser interessante, 36 anos depois, avaliar o que nos foi proposto e o que, já em Angola, foi cumprido. Não tenho dúvidas que os Cavaleiros do Norte estiveram à altura, honrando a farda, assumindo as suas responsabilidades e sendo portugueses maiores - num período que gerou uma nação nova. Angola!
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