Quartel do BC12, em Carmona (Uíge). A cidade, ficava na estrada para a
direita. Para a esquerda, o Songo. os dois pavilhões do meio, eram a cozinha (esquerda) e o refeitório. Atrás, ao fundo da imagem, eram as oficinas. O edifício do comando era o da frente (o do telhado mais avermelhado). os pavilhões laterais eram os das casernas e dos serviços
Os últimos dias de Carmona foram vividos com ansiedade: nunca mais chegava o da partida para Luanda. A Companhia de Comandos instalou-se no BC12 e tive a boa surpresa de nela reencontrar o agora alferes miliciano Infante, furriel no meu tempo de Operações Especiais - os Ranger´s - em Penude, Lamego.Os camiões que iriam na coluna para Luanda já se enchiam de caixotes e malas, ocupando uma boa parte da parada. Mas se se suporia que havia relaixamento nas posições de segurança, nem pensar! Mantinham-se todos os procedimentos.
A azáfama do fecho de malas e caixotes acelerava-se e era o 1º. cabo carpinteiro Marques quem mais lidava com tábuas, prumos e pregos. Destes dias, guardo a quase anedótica memória de uma urna que se encaixotou, cheia de sacos de arroz e açúcar, bebidas, máquinas, artigos de escritório, moto-serras, uma pequena mota Honda, um barco pneumático, eu sei lá já que coisas mais. Sei de quem era, sei! Reservo o nome, por já não pertencer a este lado do mundo.
Não indo o alferes Garcia connosco, no avião para Luanda - ia na coluna militar terrestre... - fomos eu e o Neto chamados ao Gabinete de Operações, para receber instruções sobre as tarefas do PELREC em Luanda, até que se recompusesse o Batalhão. «Cuidado nas ruas, com so putos do poder popular...», fomos avisados.
A 1 de Agosto de 1975, dia de anos da minha irmã Ana Maria, tive uma gentileza comn o Neto e fomos jantar ao Escape - restaurante da cidade, onde encontrámos o alferes Infante, que nos narrou algumas das violências que se praticavam em Luanda.
«E o tal poder popular, pá!? O que é isso?!...».
O alferes Infante, que por ser corajoso tinha galgado patentes militares e agora era oficial, avisou-nos. «Sssssããããõooo uuuuuunnns pu-pu-pu-pu-pu-puuuuu-tos, pá, aaaaaandam armados e maaaaaaa-tam, pá!....». Infante, que julgo ter chegado a coronel, era gago e pensámos nós que brincava connsco. Mas, não! Como viríamos a confirmar em Luanda.
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