Campo Militar do Grafanil (imagem retirada do Earth Google)
O Campo Militar do Grafanil situa(va)-se na Estrada de Catae, de Luanda para Viana. Dizia-se, ao tempo, que poderia ter cerca de 20 000 militares. Ali se instalou o BCAV. 8423, no espaço do desactivado Batalhão de Intendência.
Num dos primeiros dias de nossa estadia, saíamos em grupos para a cidade de Luanda e almoçávamos ou jantávamos no restaurante (enorme) de umas bombas de gasolina - ali perto. Ainda hoje todos desconfiamos que ali teremos comido muito cão e gato, tantas eram as refeições de coelho que se lá serviam. Centenas, em cada almoço ou jantar.
Numa das vezes em que para lá nos dirigíamos, fomos interpelados no posto de controlo da PSP por um grupo de adolescentes armados, que a todo o custo nos queriam revistar o pequeno Honda. O Neto, como sempre impulsivo, reagiu à intimação de forma violenta e rapou de um revólver que tinha comprado em Carmona. Eu, devo ter ficado branco, amarelo e de todas as cores, mas também não me dispunha a ceder.
«Somos militares!...», gritou o Neto, disposto a todas as consequências.
Oa adolescentes/crianças - os chamados pioneiros do poder popular - não se intimidaram e mantiveram a ameaça de revistar o carro. Estávamos neste impasse de medos e nervos quando de dentro do posto saíram dois ou três adultos, cada um com uma metralhadora em cada mão!!! Eu, molhava-me de suores frios, sem arma; o Neto, de revólver na mão!
Os homens disseram alguma coisa aos adolescentes/crianças armados, que se afastaram. E nós lá nos safámos. Foi a primeira vez que senti medo de morte. Era de morte o terror que se espalhava na cidade de Luanda! Todos os dias havia notícias de assaltos, raptos, buscas domiciliárias, violações e torturas, mutilações, assassínios a sangue frio, vinganças e delacções que levaram muita gente para a prisão (e a morte?) na praça de touros, casas incendiadas e prisões, sabe-se lá o que mais.
«Somos militares!...», gritou o Neto, disposto a todas as consequências.
Oa adolescentes/crianças - os chamados pioneiros do poder popular - não se intimidaram e mantiveram a ameaça de revistar o carro. Estávamos neste impasse de medos e nervos quando de dentro do posto saíram dois ou três adultos, cada um com uma metralhadora em cada mão!!! Eu, molhava-me de suores frios, sem arma; o Neto, de revólver na mão!
Os homens disseram alguma coisa aos adolescentes/crianças armados, que se afastaram. E nós lá nos safámos. Foi a primeira vez que senti medo de morte. Era de morte o terror que se espalhava na cidade de Luanda! Todos os dias havia notícias de assaltos, raptos, buscas domiciliárias, violações e torturas, mutilações, assassínios a sangue frio, vinganças e delacções que levaram muita gente para a prisão (e a morte?) na praça de touros, casas incendiadas e prisões, sabe-se lá o que mais.
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