sexta-feira, 6 de agosto de 2010

As dificuldades na saída de civis em Negage

A cidade do Negage, por onde passou e teve problemas a coluna militar do BCAV.
8423, a 4 de Agosto de 1975. Mas os civis não foram abandonados

A 4 de Agosto, dia primeiro de saída da épica coluna militar de Carmona para Luanda, duas viaturas foram abandonadas ainda antes de chegar a Negage. Uma outra, pesada, foi rebocada até à cidade e aqui mudada a carga e abandonada a viatura, já inoperacional. A ordem era avançar, todas ficariam para trás. Destruídas.
Negage estava «pejada de viaturas», que a FNLA proíbia sair. «A FNLA, em peso, proíbe a saída, à excepção das viaturas privadas da coluna militar», lê-se no Livro da Unidade. As conversações com a FNLA «foram improfíquas». E, por outro lado, «tentadas plataformas várias, bateu-se sempre em falso».
Os civis que seguiam «colados» à coluna militar e os que se juntaram no Negage, «sentiram-se abandonados e entregues à sorte do querer da FNLA», convencidos que as Forças Armadas Portuguesas os abandonariam. Assim não aconteceu e os Cavaleiros do Norte, comandados no terreno pelo tenente coronel Almeida e Brito, mantiveram a sua postura de defesa integral dos interesses civis. Custasse o que custasse.
Procurou-se uma outra solução para a sua saída e, efectivamente, às 16 horas de 4 de Agosto de 1975, reuniu-se Almeida e Brito com Daniel Chipenda e obteve-se  permissão para o trânsito da quase totalidade dos civis. Só uma pequena parte de camionistas «não conseguiu resolver o seu problema». Escapa-nos a razão para a não partida destes camionistas.
A CCS, então já com a 1ª. CCAV., preparava as instalações do Batalhão de Intendência do Campo Militar do Grafanil e arcava, em Luanda e sem reacções extemporâneas, a hostilidade cada vez mais evidente da maioria dos militares portugueses relativamente aos Cavaleiros do Norte.

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