Messe de Sargentos na Avenida dos Combatentes, em Luanda, e o Coronel Melo Antunes
Agosto de 1975 foi grávido de emoções na Luanda cosmopolita que virara «cenário de guerra», de luta pelo poder, com as forças armadas portuguesas a assumirem posições controversas, no mínimo.
Um dia, na entrada da messe de sargentos - na avenida dos Combatentes (foto) - um grupo de furriéis do BCAV. 8423 foi alvo de um confrontação formal, da parte de militares portugueses, porque, minutos antes, na avenida D. João II, tínhamos intervido no sentido de sanar uma «maca» entre militares e civis - perseguidos a tiro, estes.
Já se perdiam de conta os epítetos com que éramos «baptizados» e a eles já pouco ou nada ligávamos.
De Portugal chegavam notícias da instabilidade política, com a revolução em extremos que ainda hoje não se entenderão muito bem. Vasco Gonçalves dava os últimos suspiros dos seus sucessivos governos e os Cavaleiros do Norte suspiravam pelo regresso às suas terras, aos seus seus cheiros e famílias.
Ao Grafanil, chegou o Documento dos Nove. Que me suscitou elevada e inesperada curiosidade. Mas por o seu principal subscritor ser Melo Antunes - de quem o BCAV. 8423 recordava afirmação recente - a de que as Forças Armadas impediriam a entradas da FNLA e da UNITA na capital Luanda, depois de expulsos pelo MPLA. Todos tínhamos consciência que boa parte da irrascibilidade da FNLA relativamente a nós (Cavaleiros do Norte) se devia à posição oficial portuguesa, ouvida na Emissora Oficial de Angola, ainda estávamos nós em Carmona e anunciada por aquele Conselheiro da Revolução e membro do Movimento das Forças Armadas (MFA).
Li o documento nos primeiros dias de Agosto e interpretei-o com amigos do PELREC (e outros), num dia em que estava de serviço. Assinámo-lo.
Documento dos Nove, ver AQUI.
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