Entrada principal do Campo Militar do Grafanil, nos arredores de Luanda,
antes de Viana e na estrada de Catete
A cidade ciactrizava as consequências dos combates que levaram ao MPLA a expulsar a FNLA e a UNITA e o ambiente era muito hostil à tropa. Mais ainda ao BCAV. 8423 que, por ser de formação pré-25 de Abril, era apontado como colonialista e, pior que isso, contra-revolucionário. Pelos próprios militares portugueses, que nos apontavam dedos e acusações que nós não entendíamos. Chegaram a acontecer algumas confrontações, felizmente sem consequências especiais.
O batalhão ficou a cumprir missões de unidade de reserva da Região Militar de Angola e teve esporádicas intervenções na cidade. Nomeadamente, num grave incidente no Bairro do Saneamento - onde viviam vários membros do Governo Provisório de Angola - ali valendo a uma companhia de intervenção recém-chegada de Lisboa, muito revolucionária e ainda mais mal preparada, que se viu «emboscada» entre dois fogos.
A necessidade de responder aos compromissos tomados com os movimentos de libertação, quando aos efectivos militares a estacionar em Angola, reduziu as comissões militares para 15 meses - o que nos antecipava a partida, para Setembro (como veio a acontecer).
«Sem pretender fazer doutrina sobre factos passados, mas ainda bem presentes, julga-se que bastará sentir-se que se parte com a consciência de haver cumprido o dever que nos solicitaram e que nem sempre foi fácil de cumprir», considerou, então, o comandante Almeida e Brito.
E havia a certeza dessa consciência? «Julga-se que sim», considerou o tenente-coronel que liderou os Cavaleiros do Norte, demasiadamente modesto na sua opinião, tendo em conta a odisseia que se tinha acabado de viver e que, pela frente, ainda tinha dias muito incertos.
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