Os meus dias de Luanda, na primeira semana de Abril de 1975, foram vividos entre a folia de quem chegava a uma grande metrópole e, de férias, nela levedava entusiasmos e satisfazia apetites. E, no caso, também a ansiedade de não encontrar um casal conterrâneo: Mário e Benedita, pais da Fernanda, rapariga do meu ano, família civil que morava em Luanda.
Há dias, aqui falei de um telefonema feito em 2ª. feira de Páscoa, de Luanda para a vizinha Celeste (que já se foi deste mundo), a querer falar com minha mãe. Mas não disse do pedido dela (Celeste), para tentar encontrar a encontrar a irmã Benedita - de quem não tinha notícias, já fazia tempo - andando os pais muito preocupados. Não foi fácil tarefa, nem agradável. Eu sabia onde eles moravam, já lá tinha estado e na casa deles me tinha estreado no sabor do caril. Só que quando os procurei, não os encontrei e o bairro tinha sido alvo de alguns bombardeamentos, na fraticida guerra entre os movimentos. Era muito tensa a relação entre eles, discutida a tiro, à morteirada, à bazocada.
Fiquei alarmado. A casa tinha ar de ter sido assaltada, nada de os localizar, nem vizinhos que por ali apareceram me souberam dizer alguma coisa sobre a família.
Procurei o Mário na Sacor, mas também nada soube dele. E deles eu sabia, que não era intenção voltar à metrópole. O que se passaria? Poderia procurar a Fernanda, a filha. Mas onde é que ela morava? A sorte foi nesse dia ter encontrado o Albano Resende, que me deu nota do pouso deles e, para me anestesiar a ansiedade, me levou à fala com o Mário.
Mais tarde, em Agosto, bem mais dramática seria a minha procura do paradeiro do mesmo casal - que hoje, e desde 1975/76, aqui mora a uns 400 metros de minha casa. Já na casa dos 80 e tal anos.
Ver AQUI.
1 comentário:
Por acaso esta foto não será da Barracuda? Parece. Foi nessa praia , que eu, inocente, no ultimo mês de Agosto-Setembro de 75 estavamos quase a vir embora, tentei apanhar alguns caranguejos com a toalha de praia. Os ditos, tinham o descaramento de sair da areia para apanhar sol e logo pensavamos no belo petisco que eles nos podiam dar.
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