sábado, 23 de abril de 2011

O início da IAO na Mata do Soares, em vésperas do 25/A


A 22 de Abril de 1974, uma segunda-feira, os futuros Cavaleiros do Norte voltaram a encontrar-se em Santa Margarida, no Destacamento do RC4, depois de gozadas as chamadas Licenças de Normas - os famosos 10 dias de férias, antes do embarque para os teatros de guerra.
As ditas férias tinham sido de 18 a 28 de Março, mas foram prolongadas, por razões que agora me escapam. Na verdade e com algumas intermitências de serviços, foram prolongadas até esta data.
O objectivo imediato era realizar a chamada IAO, que nos iria levar pela Mata do Soares - em exercícios que «simulavam» a guerra e, nalguns casos, já com munições reais. Foi o caso do PELREC, que fez de IN nos dias em que as companhias operacionais testaram a sua eficácia, a sua ligeireza estratégica, as suas virtudes militares, o seu adestramento operacional.
«O sangue da instrução é sangue que não corre!», assim se falava, como preparação psicológica, aos soldados que se preparavam para a guerra do chamado ultramar - recebendo instrução que os transformava em soldados atiradores de cavalaria.
Outros slogans eram «O soldado português é dos melhores do mundo», ou «O Exército português é o espelho da Nação», também «Honrai a Pátria que a Pátria vos contempla", sugerindo o patriótico «Benditos filhos que tal Pátria tem». E os inevitáveis aprumo e atavio, pontualidade e vontade firme, dedicação e interesse, disciplina e respeito total, tudo para "Querer e saber vencer».
Mal sabíamos nós que estávamos em vésperas do 25 de Abril - a 5ª.feira imediatamente seguinte.
- IAO. Instrução Altamente Operacional, ou Instrução de Aperfeiçoamento Operacional. Antecedia, imediatamete, a partida de tropas para os palcos de guerra.
- IN. Inimigo, em gíria militar.

Sem comentários: