segunda-feira, 14 de junho de 2010

Os confrontos militares no chão do Uíge!

Avenida de Portugal, em Carmona (anos 70 do Século XX)

Os incidentes dos primeiros dias de Junho de 1975 não se limitaram a Carmona, onde se aquartelava a maior parte da guarnição do Batalhão de Cavalaria 8423. Também ao Quitexe!!! O nosso Quitexe!!! E no Negage, onde se situava a base aérea militar. E a Ponte do Dange, a Aldeia Viçosa e Vista Alegre, onde quer que existissem forças armadas dos movimentos.
Os combates entre MPLA e FNLA que ferozmente ensanguentavam Luanda, na verdade, foram transbordando. Primeiro para as localidades mais próximas, depois crescentemente pelo Cuanza-Norte acima, até ao Uíge - terra do café, de que Carmona era a capital.
O grave conflito que enlutou o chão uígense só não terá tido mais graves consequências pela intervenção serena e apropriada das Forças Armadas Portuguesas - pelo seu sentido de grandeza, cumprindo com elevados riscos a tarefa de soberania e honra que lhe competia.
«O grave conflito armado entre os movimentos de libertação atingiu todas as vilas do distrito, onde tais forças existiam, através das suas forças, ELNA e FPLA», refere o Livro da Unidade, de que nos socorremos também para lembrar o papel das FAP, «a calma demonstrada, o sangue frio posto, o espírito de sacrifício mostrado», como garantes da sua «tenacidade e firme certeza de que está imbuído no sentido de grandeza próprio do consciente desinteressado e leal desejo de cumprir a missão que lhe está sendo imposta no processo de descolonização».
A FNLA, em clara supremacia militar, «ficou com a sua hegemonia mais vincada» e pode dizer-se que «todos quantos se possam considerar combatentes ou simpatizantes do MPLA foram expulsos do distrito». Isto, ainda citando o Livro de Unidade, «nos melhores dos casos», porquanto «noutros há a citar algumas dezenas de mortos».
- FAPLA. Forças Armadas Populares de Libertação de Angola, braço armado do MPLA.
- ELNA. Exército de Libertação Nacional de Angola, braço armado da FNLA.

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