O quartel do Batalhão de Caçadores 12, onde estava aquartelado o BCAV. 8423
Os finais de Junho de 1975 levaram a Carmona (e a toda a Angola) uma novidade militar: a constituição das chamadas Forças Militares Mistas (FMM) - o que seria (e não foi) o futuro Exército Nacional de Angola, unificando as forças da FNLA e do MPLA. Da UNITA não se falava pelo norte. Não existia por lá.
A coisa não foi fácil!
Muitas das diferenças entre os movimentos foram transportadas para as FMM, agravadas pelas consequências dos (in)êxitos militares das «macas» de Carmona. «O mês decorreu sob forte tensão emocional, quer pelos alguns atritos que voltaram a dar-se, quer também porque se estão vivendo momentos de carências logísticas, os quais são reflexo do estado latente de conflito, que continua e que dá azo a um desabar de esperanças que se possa ver em bom e pelo o panorama da manhã», escrevia o autor do Livro da Unidade, referindo-se a estes tempos.
A prática trazia-nos quezílias permanentes, entre o elementos das FMM - que as FAP procuravam normalizar consoante podiam e gerindo conflitos que diariamente nos pregavam sustos. Muitos sustos!!! Nunca se sabia o que poderia acontecer quando, no BC12 ou nos espaços exteriores de instrução, se confontavam os «inimigos» da mesma pátria, alinhando no mesmo pelotão, sentados na mesma sala, comendo na mesma mesa, com as mesmas armas na mão, aprendendo a mesma recruta militar.
Às vezes, quando ouço alguns senhores a falar do processo de descolonização, ocorre-me dizer que não sabem o que dizem, falam de cor, pois não estiveram no terreno. Nem os senhores que, de galões nos ombros e leis na ponta da caneta, à civil ou à militar, «subscreveram» no papel o que viria a ser a Angola desse 1975!
1 comentário:
Foram tempos muito difíceis e acho que nunca se prestou a verdadeira e merecida homenagem à tropa portuguesa que arriscou a vida para salvar muita gente...
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