quarta-feira, 4 de maio de 2011

O «IAO» em dia de rebentamento de petardos


O PELREC, em foto tirada no Quitexe, em Angola (1974)

A 4 de Maio de 1974, por ali andávamos nós em patrulhamentos, assaltos e emboscadas, e golpes de mão, pelas redondezas do campo militar de Santa Margarida e aos grupos de combate das três companhias operacionais do BCAV. 8423. Alimentados a ração de combate e fruta que por lá se apanhasse desprevenida. Roubada! Era sábado, com o futuro alferes miliciano Garcia a azimutar o PELREC e nós, todos juntos, a baralhar os caminhos das três companhias operacionais.
Operacionais, também éramos nós, mas ali fazíamos de inimigo - o IN! E aconteceu uma coisa chata: instalámos arames de tropeçar, armadilhámos trilhos e alguns homens de um pelotão que seguia em progressão livre e excessivamente despreocupada, caíram na armadilha.
Um deles, cujo nome não lembro, foi atirado ao ar, projectado pela explosão provocada pelo arame de tropeçar.
Foi um grande susto! Teve de ser levado para o aquartelamento (o RC$) e lá tratado na enfermaria. Felizmente, sem consequências de maior para ele - que voltou logo depois aos exercícios militares.
A emboscada foi logo ao abrir da manhã e terçaram-se alguns medos - até pelas consequências disciplinares que daí poderiam decorrer. Descansou-nos o aspirante Garcia e lá continuámos nós, pelo Fortim do Caneiro (antigo reduto militar), por S. Macário, Vale da Cortiça e Arreciadas, com um salto «camuflado» a um café de S. Miguel de Rio Torto. A noite de 4 para 5 de Maio de 1974  foi tempo para golpes de mão, emboscadas e detenção de «prisioneiros», com alguns tiros reais pelo meio, rebentamento de granadas ofensivas e defensivas, tudo como se a guerra fosse mesmo a sério.
Preparavam-se os futuros Cavaleiros do Norte para o que Angola nos traria ao colo. E à alma! E ao corpo!
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