Mata do Soares, arredores de Santa Margarida e S. Miguel de Rio Torto, com um marco geodésico
A 2 de Maio de 1974, em Santa Margarida, por onde se preparava de armas e bagagens o BCAV. 8423, foi decidido iniciar-se a realização do IAO. Que foi de 3 a 10 do mesmo mês, pela chamada Mata do Soares e com o batalhão totalmemte automomizado, Isto é: cada companhia om o seu espaço e operações. Como se estivesse em zona operacional.
O objectovo, segundo o Livro da Unidade, era «pô-las a viver à semelhança, embora ténue, daquilo que viria a ser a vida no ultramar».
O dia 2 de Maio era uma 5ª.-feira, precisamente uma semana depois do 25 de Abril, e por onde passássemos, ainda embora sem camuflados, eramos aclamados pelos populares das aldeias - que nos ofereciam de comer e beber. A 5 de Maio, que era domingo, atá nos convidaram para comer num casamento que decorria numa mini-quinta à entrada de S. Miguel de Rio Torto.
Era enorme a euforia que então se vivia, de lés-a-lés, por Portugal inteiro, Portual que ardia de emoções e em labaredas revolucionárias descontroladas.
A instrução nem por isso abrandou, bem pelo contrário, embora nem sempre com o material suficiente. Mas, e cito o Livro da Unidade, «decorreu em bom nível, porquanto foram envidados todos os esforços no sentido de melhor tornear as dificuldades existentes».
Os soldados recebiam literatura de mentalização, orientada para a instrução que era dada no terreno.
- IAO.Instrução Altamente Operacional, ou Instrução de Aperfeiçoamento Operacional, administrada imediatamente antes da partida para os teatros de guerra.
1 comentário:
O blog “Cavaleiros do Norte” completou recentemente dois anos de vida. Está de parabéns o Viegas, não só por ter mantido este espaço com textos diários mas, muito especialmente, pelos temas tão diversos que aqui edita. Tal só é possível com muito trabalho, afinco e dedicação. E com o saber, claro, devo-o dizer.
A abrangência dos temas tem a particularidade de nos transportar por terras angolanas, por terras portuguesas e, curiosamente e muitas vezes, fazem-nos sentir cá e lá simultaneamente, prendendo-nos à leitura. Os pormenores do dia -a -dia e as coisas “sem importância” aqui narrados, desempenham o seu papel no enriquecimento do blog – é o que penso e minha convicção. Não porque as pequenas histórias que aqui se contam venham a fazer parte da História, mas porque, e sem quaisquer dúvidas, farão sempre parte da «nossa história» - a história das nossas vidas. Como se diz, e se sabe, o que fomos e somos, assim como todos os nossos actos, nunca se apagarão, antes se prolongam para além de nós (mais ou menos isto!). Agora que já não temos aqueles 22/23 anos e quando os restantes trintas e tais tanto insistem em pesar-nos, é salutar que continuemos a olhar para trás, nus de saudosismo mas com orgulho de um dever que foi cumprido.
Como disse o Viegas, quando editou o blog, «a ideia de contar estórias avulsas é meramente lúdica – embora não inocente». Na verdade, tem sido este o trilho seguido.
E pronto, pouco a pouco, por culpa do Viegas, fui-me familiarizando com os Cavaleiros, mas sem esquecer a família dos Caçadores – a do 3879 que muito sofreu e deixou a marca da sua pena em sangue derramado em matas e picadas que viriam também a causar suores ao 8423.
Indubitavelmente, porque todos pisaram o mesmo terreno, embora em situações bem distintas mas sempre adversas, e pelas mais variadas vivências na vila do Quitexe, os Cavaleiros do Norte terão sempre uma ligação aos Batalhões e Companhias que os antecederam.
Por aqui continuarei, assim a saúde, o tempo e a memória mo permitam. E o Viegas!
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