Rua do Comércio, em Carmona, agora cidade do Uíge (anos 70 do século XX)
Os meados de Maio de 1975 foram tempo de crescente avolumar da tensão entre os movimentos então já instalados na cidade Carmona. E pouco valia a intervenção dos comandos militares portugueses, sugerindo e aconselhando calma na gestão dos seus relacionamentos. Só á força!
A missão prioritária das NT era arbitrar esses conflitos e manter a segurança da cidade, das pessoas e dos bens, do tráfego rodoviário e dos abastecimentos, das comuinicações, unidades de saúde, da energia. Mas era um missão incompreendida. Acusada de parcialidade. Pelos movimentos e pela população civil europeia.
Leio do Livro da Unidade: «Procurando posição de isenção, foi a actuação das tropas orientada no sentido da sua missão, contudo viu sempre escolhos diversos a vencer, viu e sentiu ameaças». Ameaças que os mais operacionais, bem sentiam na pele e na alma, sempre que as tarefas nos levavam às ruas da cidade, ou às estradas que ligavam ao Songo, ao Negage e a Luanda (pelo Quitexe).
As NT eram não raramente «alvo de vexames», como recorda oLivro da Unidade. E, sobretudo, «apelidada de partidária». As suas actividades (as nossas), no sentido de se cumprir o acordo entre portugueses e angolanos, para a independência destes, eram «mal aceites, ainda que não suscitem quaisquer dúvidas quanto à sua isenção». Mal aceite, repitamos, pelos movimentos e pela população europeia.
Passados 36 anos e com tanta pós-história de Angola escrita, não tenho quaisquer dúvidas: o Batalhão de Cavalaria 8423 esteve à altura. Foram bravos, e isentos, os Cavaleiros do Norte!
Sem comentários:
Enviar um comentário