domingo, 1 de maio de 2011

O cabrito que foi parar à enfermaria do Quitexe

A enfermaria militar do Quitexe "tratou" de um cabrito

O quarteto que tinha cometido a “proeza” de fazer desaparecer os leitões destinados aos festejos do Pelotão de Intendência – que visavam comemorar o 1º. aniversário no Quitexe – voltou a atacar. Desta feita, as preferências voltaram-se para um cabrito que circulava pela vila, sempre acompanhado e vigiado pela sua progenitora. Lançado o isco, quando se “passeavam” frente à enfermaria, deitaram mão ao inocente cabrito que, apesar da sua recusa, acabou preso no interior da dita.

A progenitora não se ficou e tudo fez para salvar o filho, levando tudo e todos à frente, para espanto de quem assistia ao longe.
Durante cerca de meia hora, foi um reboliço até que o animal esgotou as suas forças. Cansado e ofegante, acalmou mas não saiu da entrada da enfermaria. O instinto maternal estava bem vivo e só o cansaço a acalmou.
As coisa estavam já a compor-se quando, inesperadamente e vá lá saber-se porquê, o Capitão Leal, distinto médico, foi avistado a conversar com outro oficial, entre o edifício do Comando e a enfermaria.
 «Agora é que é o diabo!», exclamou o Neves, encarregado da vigilância!
É que ele já tinha ficado mal visto no caso dos leitões, quando se “encharcou” no bar do Pacheco, e terá dito mal da sua vida!
Aflitos, pegaram no cabrito e casa de banho com ele! Antes de o calarem com adesivo no focinho, ainda soltou um “méeee” aflito, que fez recuperar as forças e o ânimo da progenitora. Esta, corria de porta em porta, enquanto o filho tentava trepar pelas paredes da casa de banho.
Mas o maior problema era o capitão Leal, que podia chegar a qualquer momento, logo terminasse a conversa que o tinha retido. Ainda tentaram segurar a cabra e levá-la para longe, mas a sua voz caprina e desesperada já começava a chamar as atenções.
O problema, contam ainda hoje, já não era que o Dr. Leal soubesse do desvio do cabrito – tinha mais com que se preocupar - , mas da sua indignação por este ter sido levado para dentro da enfermaria!
Face a tanta agitação, pensaram em soltar o animal, mas a sorte virou-se para o quarteto «sequestrador», quando o vigilante viu o Dr. Leal afastar-se.
«Ó pá, o médico seguiu para baixo…aguentem aí!»,, disse ele.
Aguentaram e o cabrito teve o fim que já lhe estava destinado! O tacho!
Quanto à progenitora, essa não abandonou as imediações da enfermaria durante dois ou três, dias num choro que metia dó! Coitada, ela lá sabia!
ANTÓNIO FONSECA

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