O Bar do Eugénio, na cidade de Carmona (actual Uíge)
Os últimos dias de Maio de 1975, em Carmona, foram de crescente instabilidade - que se sentia a cada dia, levedando nas ruas e nas almas. Os patrulhamentos das Forças Mistas - as NT, com aqueles que seriam o futuro Exército Nacional de Angola - mantinham a segurança pública, mas não evitavam uma ou outra escaramuças.
Vulgarmente se ouviam tiros, às vezes rajadas, principalmente de noite e para o lado dos bairros que circundavam a cidade. E também nesta. Tenho presente, num incidente diurno e perto do Bar do Eugénio, entre civis e militantes (armados) de um dos movimentos, a necessidade de a patrulha de PM (PU) intervir de forma rápida e ágil, quem sabe se, com isso, evitando alguma(s) morte(s). E de, logo depois, numa transversal da Rua do Comércio terem sido disparados tiros sobre a patrulha - que, por razões que agora não lembro, seguia apeada.
O sacrifício da guarnição era evidente: aos serviços normais somavam-se os de excepção, como eram os patrulhamentos na cidade e nos principais itinerários. Os menos de 400 homens do BCAV. 8423 não tiveram, por esses dias de Maio de 1975, tarefa que se desejasse. Aumentavam as dificuldades e ponderava-se a concentração, na cidade, de todo o Batalhão. A 1ª. Companhia, recorde-se, estava na vila do Songo e em Cachalonde - comamdada pelo capitão José Paulo Fernandes.
- PM (PU). Polícia Militar, Polícia de Unidade. Criada em Carmona, em
Março de 1975, para «melhor garantir a apresentação do pessoal militar e
prevenir a resolução de muitas quezílias entre a população civil e as NT,
devido à animosidade que aquela tem a estas», como se lê no Livro da Unidade.
- NT. Nossas Tropas.
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