Pavilhão do Clube Recreativo do Uíge, em Carmona
Os pequenos conflitos com os movimentos armados também se repetiam. Queriam eles controlar os itinerários - ao que opôs a tropa portuguesa - «a única autoridade militar constituída», como refere o Livro da Unidade.
O mês de Maio de 1975, sublinha o mesmo livro, «foi o período onde, franca e verdadeiramente, se verificou a viragem das nossas possibilidades de uma ordem que se deseja e quer se impõe seja conseguida».
Carmona, agora Uíge, era a capital da província e, naturalmente, o seu ponto fulcral. Eram permanentes as quezílias entre o MPLA e a FNLA (que «não aceitava muito bem qualquer outra opção política», numa terra que achava sua). Foram crescendo, tendendo sempre a aumentar, levedando ódios e suscitando instabilidades. A pequena guarnição militar tinha enorme dificuldade em fazer o seu papel de árbitro.
Por estes dias, um grupo de militares ensaiava um espectáculo que iria (mas não chegou) ser apresentado no pavilhão do Clube Recreativo do Uíge. E equipas militares, no mesmo pavilhão, participavam em torneios de futebol de salão e basquetebol. Sem sabermos, fazíamos cultura, recreio e desporto, em vésperas da iminente guerra.
Assim foi na quarta-feira, dia 28 de Maio de 1975.
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