Carmona, capital do Uíge. Quartel do BC12, onde esteve
o BCAV. 8423. Visto do lado do Songo.
As dores de Maio de 1975 foram crescendo, dia a noite, cada vez mais sentidas pela guarnição e, em particular, pelos homens que saíam em serviços - para a cidade de Carmona, ou para os patrulhamentos a itinerários.
A autoridade militar portuguesa era frequentemente questionada, ora pelos dirigentes e militares dos movimentos, ora pela população civil europeia. Já aqui várias vezes falámos disso.
Não era invulgar sermos maltratados e acusados!! E muitos europeus cuspiam e vociferavam palavrões à nossa passagem. O Livro da Unidade dá conta de, relativamente à guarnição, «começar a verificar-se desautorizada e alvo de atropelos, o que levou publicamente a afirmar «viver-se numa ilha no mar da FNLA», com todas as inconveniência que daí advêem».
A FNLA era, de verdade, a força nacionalista dominadora da povíncia do Uíge, dizendo-se na altura que teria mais de 20 000 homens armados - número que nunca foi possível confirmar. E as escaramuças com o MPLA (principalmente) e depois com a UNITA pasarem ser frequentes - quiçá diárias.
Era nesse tempo que os Cavaleiros do Norte tinham de ser árbitro justo e imparcial. Papel que, julgo bem, exercemos com honra e às vezes com sérios riscos.
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