Avião dos TAM. Um dos três que fazia o transporte de militares
Largo da Mutamba. Aqui comi o primeiro jantar de Angola
Baía de Luanda à noite. Assim podia ser vista do avião dos TAM
Aeroporto de Luanda nos anos 70. Lá cheguei faz amanhã 35 anos
Largo da Mutamba. Aqui comi o primeiro jantar de Angola
Baía de Luanda à noite. Assim podia ser vista do avião dos TAM
Aeroporto de Luanda nos anos 70. Lá cheguei faz amanhã 35 anos
Lisboa, faz hoje 35 anos, anoiteceu com chuva torrencial. Idos de Santa Margarida, literalmente de armas e bagagens, lá íamos nós, homens do BCAV 8423 - a maioria a viajar pela primeira vez numa auto-estrada e a ir a Lisboa. E falo por mim!
A chuva caía a rodos mas não impediu o embarque, naquela algazarra típica da irreverência de jovens de 22 anos! Íamos para Angola! E por sinal bem divertidos, como se fôssemos em férias!
A chuva caía a rodos mas não impediu o embarque, naquela algazarra típica da irreverência de jovens de 22 anos! Íamos para Angola! E por sinal bem divertidos, como se fôssemos em férias!
Levava em mãos um Mundo Desportivo (o jornal) e um livro de Horácio Caio (a capa, na foto), que justamente falava da guerra para que nos dirigíamos, sem eu sequer desconfiar que íamos parar ao Quitexe. Lá eu sabia o que era e onde era o Quitexe!
Gostei de ver Lisboa, a voar por cima dela, de noite e assim que o avião dos TAM levantou voo e ganhou rumo para Luanda. Depois daquele primeiro friozinho na barriga, deslumbrei-me com que via! A cidade era linda, vista do céu! Comemos e adormecemos.
A certa altura, alguém comentou que sobrevoávamos Bissau. Se era, vimos uma cidade calma, parecendo-me mal iluminada. E chegámos, já era manhã, à encalorada Luanda - que vimos do ar, sobrevoando a baía, que nos deslumbrou! A cidade paraceu-nos grande e não suspeitámos nela qualquer ar de guerra, o que nos deu grande tranquilidade e confiança!
E lá fomos parar ao Grafanil, o campo militar onde logo nos apareceu um sargento, querendo cambiar escudos por angolares. Lembro-me bem como, ainda no aeroporto, me senti sereno e logo soltei o blusão militar, largando suores fartos e bebendo a primeira cerveja angolana - uma Cuca. Eu levava angolares no bolso! Achei a Cuca demasiado leve. E bebi outra, e outra! Também havia a Nocal, a Eka, depois a N´Gola!
A certa altura, alguém comentou que sobrevoávamos Bissau. Se era, vimos uma cidade calma, parecendo-me mal iluminada. E chegámos, já era manhã, à encalorada Luanda - que vimos do ar, sobrevoando a baía, que nos deslumbrou! A cidade paraceu-nos grande e não suspeitámos nela qualquer ar de guerra, o que nos deu grande tranquilidade e confiança!
E lá fomos parar ao Grafanil, o campo militar onde logo nos apareceu um sargento, querendo cambiar escudos por angolares. Lembro-me bem como, ainda no aeroporto, me senti sereno e logo soltei o blusão militar, largando suores fartos e bebendo a primeira cerveja angolana - uma Cuca. Eu levava angolares no bolso! Achei a Cuca demasiado leve. E bebi outra, e outra! Também havia a Nocal, a Eka, depois a N´Gola!
Nesse dia, era quinta-feira e já no Grafanil, ainda procurei o Custódio, meu vizinho de aqui a 100 metros, que por lá já jornadeava a sua comissão, como soldado sapador. Levava-lhe chouriços da mãe. Não o encontrei! Saí do Grafanil para ir a Luanda e localizei a namorada do Manuel Resende (o Pechincha!), outro vizinho daqui. E por ela cheguei ao Albano Resende, o irmão - que por lá fazia vida de civil. Fomos jantar ao largo da Mutamba, a restaurante que por essa altura se abria! E fui dormir a minha primeira noite de Angola. Ao Grafanil! Tinha começado a gostar de Angola! Há 35 anos, por esta hora em que escrevo este post, preparava-me para voar para Angola, deixando minha mãe viúva de pouco tempo! Agora, diverte-se ela, aos 88 anos, a ver fotografias do filho na net! De quando ele foi para a guerra!
Fotos retiradas da net.
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