




A chuva caía a rodos mas não impediu o embarque, naquela algazarra típica da irreverência de jovens de 22 anos! Íamos para Angola! E por sinal bem divertidos, como se fôssemos em férias!
Levava em mãos um Mundo Desportivo (o jornal) e um livro de Horácio Caio (a capa, na foto), que justamente falava da guerra para que nos dirigíamos, sem eu sequer desconfiar que íamos parar ao Quitexe. Lá eu sabia o que era e onde era o Quitexe!
Gostei de ver Lisboa, a voar por cima dela, de noite e assim que o avião dos TAM levantou voo e ganhou rumo para Luanda. Depois daquele primeiro friozinho na barriga, deslumbrei-me com que via! A cidade era linda, vista do céu! Comemos e adormecemos.
A certa altura, alguém comentou que sobrevoávamos Bissau. Se era, vimos uma cidade calma, parecendo-me mal iluminada. E chegámos, já era manhã, à encalorada Luanda - que vimos do ar, sobrevoando a baía, que nos deslumbrou! A cidade paraceu-nos grande e não suspeitámos nela qualquer ar de guerra, o que nos deu grande tranquilidade e confiança!
E lá fomos parar ao Grafanil, o campo militar onde logo nos apareceu um sargento, querendo cambiar escudos por angolares. Lembro-me bem como, ainda no aeroporto, me senti sereno e logo soltei o blusão militar, largando suores fartos e bebendo a primeira cerveja angolana - uma Cuca. Eu levava angolares no bolso! Achei a Cuca demasiado leve. E bebi outra, e outra! Também havia a Nocal, a Eka, depois a N´Gola!
A certa altura, alguém comentou que sobrevoávamos Bissau. Se era, vimos uma cidade calma, parecendo-me mal iluminada. E chegámos, já era manhã, à encalorada Luanda - que vimos do ar, sobrevoando a baía, que nos deslumbrou! A cidade paraceu-nos grande e não suspeitámos nela qualquer ar de guerra, o que nos deu grande tranquilidade e confiança!
E lá fomos parar ao Grafanil, o campo militar onde logo nos apareceu um sargento, querendo cambiar escudos por angolares. Lembro-me bem como, ainda no aeroporto, me senti sereno e logo soltei o blusão militar, largando suores fartos e bebendo a primeira cerveja angolana - uma Cuca. Eu levava angolares no bolso! Achei a Cuca demasiado leve. E bebi outra, e outra! Também havia a Nocal, a Eka, depois a N´Gola!
Nesse dia, era quinta-feira e já no Grafanil, ainda procurei o Custódio, meu vizinho de aqui a 100 metros, que por lá já jornadeava a sua comissão, como soldado sapador. Levava-lhe chouriços da mãe. Não o encontrei! Saí do Grafanil para ir a Luanda e localizei a namorada do Manuel Resende (o Pechincha!), outro vizinho daqui. E por ela cheguei ao Albano Resende, o irmão - que por lá fazia vida de civil. Fomos jantar ao largo da Mutamba, a restaurante que por essa altura se abria! E fui dormir a minha primeira noite de Angola. Ao Grafanil! Tinha começado a gostar de Angola! Há 35 anos, por esta hora em que escrevo este post, preparava-me para voar para Angola, deixando minha mãe viúva de pouco tempo! Agora, diverte-se ela, aos 88 anos, a ver fotografias do filho na net! De quando ele foi para a guerra!
Fotos retiradas da net.
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