O Quitexe, visto da capela. Clique, para ampliar a foto.
A foto é do Quitexe, vila onde estava a CCS do BCAV 8423, tirada a partir a capela, vendo-se parte das instalações militares.
Vê-se claramente o telhado do refeitório, a cobertura mais à direita - onde tanto se refeiçoou com as saudades da sopa e do arroz de galinha da mãe. Ou do bacalhau com todos, um peixe frito, uma rojoada.
A noite de Natal de 1974, estava eu de serviço (sargento de dia), foi das mais emocionantes de toda a comissão de 15 meses. Comeram-se rojões e bacalhau, refeiçoando juntos oficiais, sargentos e praças - precisamente no refeitório. O capitão Oliveira, que não era homem de muitas falas, falou ao pessoal, algo emocionado e em frase curta. A família dele - mulher, filha e neto - morava a poucos metros, certamente estava ao ouvir!
Eu estava de serviço e tinha «instruções» para relaxar alguns eventuais exageros. Sem flexibilizar a necessária a segurança. Assim aconteceu! Por volta da meia noite, passei - eu, com o Madaleno e o Marcos... - por todos os postos, levando cachaça, vinho, cerveja e wiskyes aos sentinelas. Nenhum deles dormiu nessa noite. Quiseram, mais ou menos ensonados, partilhá-la irmamente, dividindo as bebidas com bacalhau cru. Nenhum deles «abusou». A noite de saudades e de nascimento foi partilhada com amor e solidariedade!
- OLIVEIRA. António Martins Oliveira, capitão SGE, comandante da CCS. Tinha sido aluno da Escola Central de Sargentos, em Águeda, e tinha comigo e com o Neto uma relação menos boa! Julgo que por sermos de Águeda. Encontrei-o nos anos 80, em Aveiro, já como major, era o responsável pelo DRM (Distrito de Recrutamento Militar). Morava em Ovar.
- MADALENO: Francisco José Matos Madaleno, soldado atirador de cavalaria, da Covilhã.
- MARCOS. João Manuel Lopes Marcos, soldado atirador de cavalaria, do Pego (Abrantes).
Foto de José Oliveira, do BVAC 1917.
1 comentário:
Meu caro,
Como filho do Quitexe, foi com agrado que recebi o seu blog onde se fala dessa nossa terra.
Eu nasci no Quitexe e a minha casa era aquela onde funcionava o refeitório, mesmo ao lado da casa
do Sr. João Garcia. A outra casa onde funcionava também uma instalação militar e que ficava no cruzamento
para a Igreja, era também do meu pai.
Quero felicita-lo pelo seu blog, pelo que lá conta da sua passagem pelo Quitexe e pelo amor com que fala da nossa terra. Também fui militar em Angola, de 1971 a 1974 e revivo também nos seus relatos as angústias, tristezas, bons e maus momentos que passei no cumprimento da minha comissão de serviço. Foi um momento da nossa história, de que nos devemos orgulhar e para que não caia no esquecimento, dou muito valor aos que escrevem sobre isso.
GUERRA
guerraquitexe@gmail.com
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