terça-feira, 5 de maio de 2009

A boa vida do Quitexe...

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Angola e o Quitexe, depois Carmona, foram sítios de alguma tensão e momentos vizinhos do drama e de lágrimas de dor, é verdade, mas também de muitas alegrias e descontrações para quem, como nós, por lá se deu a conhecer e conheceu mundos e gentes novas. Não foi, não se julge ou conclua, o vale de lágrimas e tragédias que quantas vezes por aí ouvimos falar, em exagero mais ou menos púdico. Mesmo nós exageraremos algo, certamente, em momentos mais emotivos.
Por lá se semearam, cultivaram e multiplicaram muitos afectos e camaradagens, que ainda hoje se continuam, 35 anos depois. E que, de resto, a vida tem rejuvenescido. O dia-a-dia era cheio de saudades, é certo, da nossa gente e dos cheiros das nossas terras, mas tinha também muitos e repetidos momentos de franca camaradagem e confraternização. Alegria, diria mesmo... felicidade!
A foto mostra um deles, no bar de sargentos do Quitexe. À esquerda, de boina caída, está o Lopes. Eu, a nascer de bigode, estou a seguir. Depois, com a garrafa na mão, o Ribeiro, da 3ª. CCAV. De costas, o 1º. sargento Luzia. Atrás, tapado pelo dedo do Bento, está o Lages - do bar. E o Flora, de boca aberta (também da 3ª. CCAV). O civil, de branco, não me recordo do nome. Depois, o 1º. sargento Aires (mecânico).
De bigode, à minha frente, o Rocha (de Gaia). Ao lado, o Bento (Barreiro). Acocorado, de bigode e boina, está o Carvalho, do Entroncamento (da 3ª. CCAV). Depois, outro Lopes, o de Barcelos (3ª. CCAV) e o Capitão, que era furriel e do Entroncamento (também da 3ª. CAV). Em baixo, de bigode e copo, o furriel Reina (também da 3ª. CCAV).
A foto é de meados de Dezembro de 1974.
- LOPES: António Maria Verdelho da Silva Lopes, furriel enfermeiro, de Vendas Novas. É tesoureiro de Finanças nesta cidade.
- RIBEIRO. Delmiro da Silva Ribeiro, furriel atirador de cavalaria, técnico de comunicações em Livração.

- FLORA. António Pires Flora, furriel atirador de cavalaria, quadro da Caixa Geral de Depósitos, em Lisboa.
- ROCHA: Nelson dos Remédios da Silva Rocha, furriel de transmissões, vendedor, de Vila Nova de Gaia.
- BENTO. Francisco Manuel Gonçalves Bento, furriel de informações e operações, do Barreiro. Suponho que mora na zona de Castelo Branco.
- CARVALHO. José Fernando da Costa Carvalho, furriel atirador de cavalaria, agente da PSP em Santarém, aposentado.
- LOPES. José Avelino Grenha Lopes, furriel atirador de cavalaria, natural de Barcelo, mora em Lisboa.
- CAPITÃO. Luís Ribeiro Capitão, furriel atirador de cavalaria. do Entroncamento, funcionário da REFER, aposentado.
- REINA. Armindo Henrique Reina, furriel atirador de cavalaria, suponho que da zona de Leira.
- LAGES: Carlos Alberto Aguiar Lages, soldado atirador de cavalaria, de Lisboa, em serviço no bar de sargentos.

3 comentários:

Anónimo disse...

Caro amigo Viegas:
Para começar envio-lhe as minhas soudações. Agradeço aceder ao meu blog dizendo que esteve no Quitexe, quanto ao seu blog ele está muito bem conseguido. Pelo que diz a estrutura militar entre 1969 (fim da minha comissão)e 1974 está virada do avesso.
Por detrás do comando da CCS era o nosso refeitório e quartos dos soldados. A classe de sargentos estavam em quartos espalhados pela vila. A vossa caserna era do pelotão de morteiros, a messe dos sargentos era mais abaixo. Onde era o vosso quartel, no caminho para a igreja, era no meu tempo o deposito de intendencia.
Amigo Viegas: na próxima há mais.
Então, o Rocha oferecia marisco? E o Bar Camabatela, o Bar D. Maria, o Bar Morais?
Amigo Viegas: onde ficava as transmissões? No meu tempo, era na casa do cantoneiro.
Brevemente envio-lhe fotos, as minhas pode publicá-las.
José Oliveira
(César)

Anónimo disse...

Amigos: eu estou nos Estados unidos mas de férias cá;: gostei muito de ver este blogue, que fez recordar momentos muito bonitos das n/ vidas.
Um abraço, furriel Viegas, continua em em Águeda? Vou ligar-lhe assim que puder, pois vou embora no dia 20, gostava de o encontrar
Santos

Anónimo disse...

Grande forma, ó Viegas: nunca me enganaste. Só não percebo é porque demoraste estes anos todos a vir falar das n/ aventuras militares em Angola. Arrepio-me das tuas descrições, senti-as como um frio que me ataca e até parece que estamos lá. Gostei particularmente da tua crónica do soldado básico Cabrita, é memorável como estabeleceste essa empatia. E a dos furriéis gémeos, com o Neto. Vocês eram unha e carne.
Como já li algures, neste blogue, avança para o livro, tens essa dívida para com mais de 300 homens que te adoravam. Ou será que estas crónicas já são parte do livro... tu gostas destas surpresas, ainda és assim?
Grande Viegas, um grande, grande abração.
Mário