José Borges Martins, soldado atirador de Zalala, na rua principal do Quitexe
A passagem da tropa portuguesa pelas terras de Angola foi semeada de afectos, cultivando e multiplicando relacionamentos muito próximos com a comunidade local. Por exemplo, quando saíamos em missão, escoltando os médicos (capitão) dr. Leal e (alferes) dr. Honório nas suas consultas ao povo das sanzalas e das fazendas. No dia-a-dia da vila, em troca de cumprimentos e colaboração com os moradores e comerciantes, nos correios, no hospital, na escola, nos restaurantes e bares. Nas saltadelas às sanzalas - ao Talabanza, à Qual e ao Quimassabi, ao Quitoque (na estrada para Carmona), ao Cazenza (antes do cemitério), ou Aldeia, Catenda e Tabi, na estrada (picada) para Camabatela.
No fundo, era uma família grande e de cores e origens diversas mas, no geral, no comum, sentindo-se gente igual e comungando de ansiedades muito primas de alma.
O Papelino representava, aos meus olhos, a alma civil quitexana, negra, africana, viva, emotiva, saudável. As crianças eram, quantas delas, colo e alvo do carinho que a guarnição dava com generosidade.
A imagem mostra um desses momentos: o soldado atirador Martins dando-se de afecto com 7 crianças negras do Quitexe. E o que se vê não é só pose de fotografia: é também amor por aquela gente que nos recebia de sorriso tímido e de nós esperava a partilha do que tínhamos. Quantas vezes, da nossa mesa!
- MARTINS. José Borges Martins, soldado atirador da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala. Aposentado da Tudor Portuguesa e residente em Castanheira do RIbatejo.
3 comentários:
Bonito, Viegas.... continua e não pares nunca.
Martins, vou de férias, mas logo que volte, vou efectuar o teu contacto, para desvenvar o teu circuito por Zalala. 1 Abraço
Rodrigues Zalala
O incansável Furr. Viegas, já me enviou o teu mail.
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