O mês de Julho de 1974 foi de (final da) «debutância» para os Cavaleiros do Norte. A mata, os trilhos, as picadas , o cheiro da pólvora e do pó avermelhado do chão uíjano, deixaram de ser virgens para os seus operacionais - que lhes iam conhecendo as curvas, os medos e os perigos.
A 27 desse mês, um sábado, hoje se completam 34 anos, ouviu-se no Quitexe uma mensagem do Presidente da República, que fazia adivinhar «uma solução para o problema militar da RMA». Iria demorar tempo!
A inportância histórica da declaração presidencial, leva-nos a transcrever na íntegra, tal como nos chegou, a nota que, sobre ela, emitiu a Junta Governativa de Angola:
«1 - Após a proclamação histórica hoje dirigida à Nação pelo Presidente da República, a missão das Forças Armadas em ANGOLA será dirigida especialmente no sentido de garantir a segurança da população e capacidade de construir uma ANGOLA nova, em ambiente de paz e de fraternidade.
2 - Acções contra bandos armados que possam ainda (ser) hostis são limitadas à defesa própria e a preservar a vida e bens dos habitantes pacíficos, devendo, neste caso, serem usadas, se necessário, as maiores determinações e firmeza.
3 - ANGOLA terá que orgulhar-se da acção das Forças Armadas no auxílio à construção do seu futuro e estas deverão demonstrar todas a coragem, disciplina e capacidade de forma a manter intacto o seu prestígio tão duramente alcançado».
Comenta o Livro da Unidade, sobre isto: «Assim, pensa-se vir a verificar-se uma mutação na guerra que se efnfrenta desde 1961, o que impõe, pela futura situação a viver, um grande espírito de corpo e de missão».
Presidente da República nesse dia 27 de Julho de 1974 era António de Spínola e, em histórica declaração que ouvimos no Quitexe, através da rádio, reconhecia, em nome de Portugal, o direito dos povos africanos à auto-determinação e independência.
A nova situação foi-nos informalmente comunicada a 31 de Julho, nuna rápida reunião no gabinete de Operações.
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