Rotunda de entrada em Carmona (1975), indo do Quitexe e do Negage
A 15 de Julho de 1975, a tensão levedou fartamente no BC12, onde chegou a notícia de que a FNLA pedira armas ao comandante Almeida e Brito e que este estaria disposto a dar-lhas. Podia lá ser?! Um «conselho» de furriéis (Machado, Neto, Mosteias, Viegas, pelo menos...) decidiu pedir explicações e foi recebido no gabinete do 1º. piso.
Que «não era bem assim...», foi o que nos disse Almeida e Brito, querendo descansar-nos. Que realmente tinham sido pedidas armas, «as armas arrecadadas pela DGS» e que estavam no BC12, para aí umas duas ou três centenas. Mas que se eram essas, «não havia problemas...», pois, ele assim nos disse e nos descansou, «ou estão avariadas ou não têm munições». Foi um consolo, o que ouvimos!
A véspera, dia 14 de Julho, fora de tensão bem sofrida e alimentadora de muitas dúvidas: a FNLA, fazendo-se soberana do terreno uígense, impedira a saída de um MVL, de Carmona para Luanda. Ninguém gostou, entre a guarnição militar, e aquela de lhes dar armas mais incendiou os ânimos.
Dar-lhes armas, para nos atacarem?! Nããããã, nem pensar!
A data faz-me refrescar ideias sobre um incidente desse dia, na rotunda da entrada de Carmona (foto), de quem vinha do Quitexe e do Negage: um grupo de civis, europeus, já noite adentro, provocou a patrulha militar mista e um dos elementos africanos quis reagir, a... tiro!! Por momentos, poder-se-ia ter despoletado uma situação de muito sangue e de mortes, quem sabe?!
Felizmente, o africano obedeceu à ordem do furriel europeu que comandava a patrulha e não se passou do susto! Os militares indígenas, eram turras e filhos de todas as mães. Os brancos, europeus, uma cambada de cobardes e de traidores. O império, nos seus cabeceiros, teve destas malhas mal tecidas.
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