Parada do BC12, em Carmona (anos 70 do século XX, da net)
Os meados de Julho de 1975, em Carmona, foram vividos com intensidade e receios, na ressasa dos trágicos acontecimentos dos primeiros dias de Junho - já lá ia mês e meio!... - e, para acumular dores e temores, também pelas consequências que se arrastavam de Luanda, onde se multiplicavam os conflitos entre a FNLA e o MPLA.
E os Cavaleiros do Norte isolados no Uíge, zona de controle da FNLA - «vencedora" dos incidentes de Junho!!!
A partir de 12 de Julho e pelos menos até 18, a guarnição entrou em «permanente situação de prevenção simples» - forma alegórica de dizer que, a cada momento, poderíamos ter conflitos entre-portas, principalmente na cidade de Carmona. Os patrulhamentos urbanos eram intensos, principalmente a partir da altura, recordo do Livro da Unidade, em que «houve que aguentar a provável ressaca da FNLA, face aos seus desaires em Luanda, Salazar e Malange».
A 13 de Julho e mais perto, no Negage, os FNLA´s cercaram o aquartelamento português e quiseram armas do CCAÇ. 4741. No mesmo dia, ontem se fizeram 36 anos e no comício da FNLA e do ELNA, fizeram-se afirmações preocupantes para a segurança e honra dos militares.
A 14, começou a registar-se «constante afluxo de refugiados da FNLA a Carmona». Mais gente, e gente «desembainhada» no seu orgulho, tornava o ambiente pesado e perigoso. Ameaçador!!! Um barril de pólvora que as NT iam controlando tanto quanto podiam. E puderam!
- FNLA. Frente Nacional de Libertação de Angola, preasidida por Holden Roberto.
- ELNA. Exército de Libertação Nacional de Angola, braço armado da FNLA.
- MPLA. Movimento Popular de Libertação de Angola, liderado por Agostinho Neto.
- NT. Nossas Tropas. As Forças Armadas Portuguesas.
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