O pavilhão que aqui se vê ao lado esquerdo era a caserna do pelotão de atiradores da CCS do BCAV. 8423 - o PELREC (Pelotão de Reconhecimento, Serviço e Informação), comandado pelo alferes miliciano Garcia.
Ali moraram, de 6 de Junho de 1974 a 2 de Março de 1975.
A caserna seguinte era a dos sapadores e outras especialidades. Outros, de outras especialidades, espalhavam-se por diferentes espaços da guarnição - casos dos enfermeiros (na enfermaria), dos homens das transmissões, das secretarias, cozinhas, padarias, messes e bares, depósitos de material e aprovisionamento.
Um belo dia, e porque se esvaziaram alguns deveres da malta do PELREC, entendemos eu e o Neto «reciclar» as NEP´ s, adaptando-as aos 30 atiradores e na caserna afixando regras comportamentais. Já antes tiveramos igual iniciativa - e ambas, aliás, foram muito bem aceites pela malta. Um dos «pelres´s», por dia, era responsável pela limpeza das zonas mistas. O que lhe dava algum trabalho. Mas ninguém se melindrou, ou foragiu da «lei».
Chegou a «novidade», todavia, aos ouvidos do tenente Mora, 2º. comandante da CCS.
«O que é que vocês fizeram?!...», perguntou-nos, com cara de caso, o bom do alferes Garcia - que na messe de oficiais ouvira conversa que nos comprometia e responsabilizava.
Ora, «não fizemos nada...», assim lhe dissemos.
Que não, que havia marosca, que «alguma fizeram...», insistiu o alferes Garcia. O tenente Mora andara a praguejar na messe, arguindo «os furriéis Neto e Viegas», que teriam «armado mais uma das deles...». Até o capitão Oliveira já estava dentro do assunto e a alegada falta disciolinar chegara até já aos ouvidos do comandante.
Nós não dávamos nada por achados e nem sequer nos lembrávamos da afixação da NEP. Já numa outra ocasião, e dela sabia o alferes Garcia (que a autorizara), tínhamos feito coisa idêntica - a de afixar o regulamento na caserna -, e disso não viera mal ao mundo. Portanto, nada nos acusava na consciência.
Mas o Garcia lá nos falou do nosso pecado: «Vocês não afixaram nada na caserna?!...», perguntou-nos.
Ah, pois, tínhamos afixado, sim... Era uma parte das NEP´s, sobre a limpeza. «É isso algum problema?...», indagámos ao bem disposto oficial miliciano.
Pois, não era, ele nos disse. E foi explicar ao tenente Mora que nada de especial se passava.
- MORA. José Eloy Borges da Cunha e Mora, tenente do SGE e adjunto do comandante da CCS. Faleceu a 21 de Abril de 1963, com 67 anos.
- GARCIA. António Manuel Garcia, alferes miliciano de Operações Especiais (Ranger´s). Natural de Pombal de Ansiães (Carrazeda de Ansiães). Faleceu a 2 de Novembro de 1979, com 27 anos.
- NEP: Normas de Execução Permanente.
Ver AQUI.
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