A 2 de Março de 1975, toda a CCS (do Quitexe) e um Grupo de Combate da 2ª. CCAV. 8423 (a de Aldeia Viçosa) rodaram para Carmona. Para trás, ficou uma terra que nos recebera em Junho anterior e da qual levavámos um coração já cheio de saudades. Até hoje!
A azáfama começara nas vésperas: preparação da coluna militar, carregamento de haveres, mobilização de tarefas para que a rotação fosse feita tranquilamente. Tudo como devia ser. Por lá ainda iria ficar a 3ª. CCAV., que mais tarde rodaria para o Songo.
Recordo-me de, em cima de uma berliet a e na avenida principal do Quitexe, olhar a vila, da igreja ao parque-auto, ao posto 5 que se via à entrada da vila, aos bares, à administração civil e às casas «militarizadas», os bares e restaurantes, do olhar do Papélino, de quem ainda ontem aqui falei - o adolescente engraxador que fazia as nossas delícias e tanto queria vir para Portugal. Escondeu-se de nós, atrás de uma enorme bananeira da xitaca, espreitando de olhos grandes por entre as folhas gigantes que tapavam os cachos.
Alguns civis, olhvavam-nos com alguma ironia, até com desdém, e rodavam outros avenida acima, avenida abaixo, buzinando e como que escarnecendo de nós. Ainda hoje penso que nem sonhavam o que seria o seu futuro próximo. A hora de marcha chegou e nesse momento senti que um dia voltaria ao Quitexe. E hei-de voltar!
História de Papélino, AQUI.
1 comentário:
Escárnio foi coisa que nunca faltou desde o meu 1º dia de Quitexe! Havia meia dúzia que nunca o disfarçaram, mas nunca nos causou qualquer mossa. A missão dos militares, de todos os que por lá passaram, era bem definida e dela nunca arredaram. Nem conseguiriam!
«Hei-de voltar»! Já vi que sim, Viegas! "Hei-de" não direi, mas que é um sonho de 36 anos, é!
Pode ser que um dia acorde!
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