a desarrelvar o jardim. Em baixo, com o furriel Monteiro e a mini-mota de «serviço»
Carmona deu-nos o sabor das coisas urbanas e o gosto de nos sentirmos (mais) civis. A cidade, relativamente ao Quitexe, tinha uma incomparável maior oferta de serviços, diversões e entretenimentos. De toda a espécie! Tirando os constrangimentos provocados pela hostilidade de uma parte da sociedade civil, Carmona era um paraíso para a guarnição que ficou na história como a última a lá hastear e arrear a bandeira de Portugal.
Atrás, no tempo, ficaram meses do já então saudoso Quitexe - meses de operações, patrulhas e escoltas que não nos deram lutos de alma - felizmente!... - mas nos levaram muitas vezes a lonjuras semeadas de perigos, através de matas e trilhos marcados pelo peso das botas de soldados carregados de equipamentos e armas, alongando-se em colunas que se afadigavam a cumprir as suas missões. Sem uma queixa!
A cidade deu-nos cosmopolitismo que engravidou muitos entusiasmos e devaneios. Foi pasto para os nossos gostos e gozos, até delírios! Carmona era uma malha urbana de vistas largas, rasgada em espaços amplos, de muitos verdes, atraente e quase volupiosa, por onde se andava e por todo o lado se achava resposta ao que precisávamos e queríamos.
A cidade deu-nos cosmopolitismo que engravidou muitos entusiasmos e devaneios. Foi pasto para os nossos gostos e gozos, até delírios! Carmona era uma malha urbana de vistas largas, rasgada em espaços amplos, de muitos verdes, atraente e quase volupiosa, por onde se andava e por todo o lado se achava resposta ao que precisávamos e queríamos.
As esplanadas de restauração enchiam-se de bulício pelas noites quentes fora, noites de sensualidade intensa, que quase se apalpava e nos fazia mergulhar em sonhos e desejos! Era boa a cidade de Carmona!
O dia 25 de Março - que anos depois seria o do meu baptismo como pai... - foi em 1975 véspera do BCAV. 8423 se «estrear» em patrulhamentos mistos, com forças do ELNA, das FAPLA e das FALA. O que seria e não seria, como fazer e reagir, tudo nos foi explicadinho (ao PELREC) pelo sempre bravo e garboso alferes Garcia.
A situação política decorrente da entrada dos movimentos na vida pública deteriorava-se um pouco por toda a Angola e já havia chegado a Luanda e Salazar - ali ao lado! Todos os momentos seriam, para os Cavaleiros do Norte, vésperas de «macas». «Teremos resposta adequada, andámos a preparar-nos para isto...», sempre nos incentivava o sempre confiante alferes Garcia.
- ELNA. Exército de Libertação Nacional de Angola (braço armado da UNITA).
- FAPLA. Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (MPLA).
- FALA. Forças Armadas de Libertação de Angola (FNLA).
- PELREC. Pelotão de Reconhecimento, Serviço e Informação, grupo de combate formado por soldados e 1º.s cabos atiradores de cavalaria e alferes e furriéis milicianos de Operações Especiais, os Ranger´s.
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