terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O fim das escoltas na Estrada do Café

Estrada do Café, na zona do Quitexe, entre as cidade de Carmona e Luanda


A 7 de Fevereiro de 1975, fez agora 35 anos, deixou de ser feita a escolta à chamada Estrada do Café - a que liga(va) Carmona (actual Uíge) a Luanda.
A tarefa era desgastante e até perigosa, porque não dizê-lo? Galgavam-se quilómetros atrás de quilometros entre matas cerradas, intervaladas de uma ou outra povoação, e para... nada! E sem nunca se saber o que nos esperava.
Para nada, ou para sofrermos a angústia de quem parte para uma missão, armado até aos dentes, e sabe que pode «cair» emboscado por algum atirador que obviamente não dava a cara. E eram muitos frequentes, e nem sempre fáceis, os incidentes com civis europeus - nomeadamente motoristas de longo curso. Já por aqui relatámos alguns.
A novidade foi muito bem recebida na guarnição, principalmente entre os militares que asseguravam as escoltas e se desgastavam em horas diárias de tráfego tenso: os bravos e garbosos «pelrec´s» e os corajosos companheiros da 3ª. Companhia, que semanas antes tinham chegado de Santa Isabel.
O serviço de escolta era, e socorro-me do Livro da Unidade para o definir, «assaz desgastante para o pessoal e viaturas e que não conduzia a qualquer finalidade prática». Nunca nós, jovens Cavaleiros do Quitexe, concordámos tanto com o Comando. Sem perdermos de vista outras obrigações que nos cabiam em ordem de serviço. E uma escapadelas a Carmona, a cidade que, a 40 quilómetros, nos acenava com desafios e satisfazia apetites da idade.

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