Por estes dias de Fevereiro de 1975, soube-se da data de extinção do Comando de Sector do Uíge, em Carmona. Seria a 13, o que implicava, em termos organizacionais da estrutura militar, a dependência do BCAV. 8423 passar a ser directamente da Zona Militar Norte.
Para dizer verdade, era coisa que nada que nos incomodava, ou preocupava. Bem ao contrário. O que nós realmente queríamos mesmo era ir para Carmona, depois para Luanda, depois para Lisboa e para as nossas casas.
O que se sabia - o que se ia subentendendo... - era que iriam ser formadas as chamadas tropas de integração, o que nos oferecia algumas dúvidas e temores. Alguns constrangimentos. Mas quem éramos nós para tal coisa questionar? Forças de integração, a grosso modo, corresponderiam à formação do (então) futuro Exército de Angola - que integraria militantes dos três movimentos emancipalistas: FNLA, MPLA e UNITA. E a tropa portuguesa, que lhes daria instrução nas múltiplas especialidades militares. E com eles, integrados, se registaram alguns incidentes, já em Carmona. Aqui falaremos deles, em tempo próprio.
Por esta altura, reaparecerem pelo Quitexe alguns ex-GE´s, que se iam integrando nos movimentos - não sabendo eu dizer se, entre eles, houve algum ajuste de contas, pois continuar(v)am a ser considerados traidores da pátria angolana - por terem servido o exército português.
Histórias de vinganças, ouvimos muitas. Mas não testemunhei nenhuma.
- ZMN: Zona Militar Norte, com sede em Luanda. Dela, dependia o Comando de Sector do Uíge.
- MPLA. Movimento Popular de Libertação de Angola, liderado por Agostinho Neto. Tinha pouca expressão no Uíge.
- FNLA. Frente Nacional de Libertação de Angola, liderada por Holden Roberto. Estava muito implantado no Uíge.- UNITA. União Nacional para a Independência Total de Angola, liderada por Jonas Savimbi. Não tinha expressão no Uíge.
1 comentário:
Meu caro Viegas:
Não tenho o prazer de o conhecer, mas gostaria de lhe dizer que aprecio o seu blogue que o ar. chama de memórias do Quitexe e dos cavaleiros do norte, fui militar nessa zona nos anos 60 e quanto eu gostaria que alguém do meu tempo criasse um espaço como este para fala da nossa comissão.
Espero e desejo que continue sem perder o entusiasmo.
Parabéns
Carvalho
Castelo Branco
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