sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Os patos roubados e comidos na padaria do Quitexe

Padaria do Quitexe, em construção, pela CCS do BCAV. 1917 (Luís Patriarca)


A foto que aqui se vê identifica a padaria da CCS do BCAV. 8423. Quando estava a ser construída, em 1967. Já a conhecemos construída e a funcionar no nosso tempo, o dos Cavaleiros do Norte (1974 e 1975). E é deste tempo que queremos falar.
E muitas coisas poderíamos dizer, tantas são as histórias ligadas a este sítio de pão e tainadas! Falamos de padeiros, de pão e de borgas, que a noite aconselhava para divertir a malta. Por mim falo, quando estava de serviço. Eu e outros, que a história não é na primeira pessoa.
Então era assim: sempre que se aprontava uma comedoria, tínhamos de ir para a padaria, pela noite adentro. Saía o pão quente e a manteiga e as cervejas aqueciam corações e almas. Melhor seria se arranjássemos um bom vinho. E uma carne morta. E assim foi, em data que não consigo precisar mas que se repetiu... eu sei lá quantas vezes.
O arranjinho estava preparado: tínhamos ganfado uns patos e era preciso levá-los até à padaria, nas traseiras do bar e messe dos sargentos. E como, sem que se desse por isso, e sem abafarmos a vida às simpáticas aves, antes de lá chegarem?! Pois nada melhor que o MVL que fazia descargas na cozinha e ao depósido de géneros também tinha de ir - entregar «coisas» à guarda do Grácio. O depósito era ali ao lado, não custava nada. E assim foi!

Assaram-se os patos mas, a conversar na messe, não havia modos de quem por lá estava dar de frosques. E um deles era interessado nos patos, que lhe foram sacaneados. Vai então de fazer o quê? Ora bem: convidar o dono dos patos e os amigos que parodiavam na messe, a convite dos sargentos. Aceitarem todos de bom grado a «generosidade» do convite e melhor satisfizeram as suas apetências gastronómicas, regadas a bom vinho branco da tropa - um luxo para o momento. E como soube bem o pitéu, embora de nó atado para nos livrarmos de broncas.
A explicação foi à... saída, quando nos virámos para o (ex)dono dos patos e lhe contámos da criação das ditas aves. O homem não acreditou (ou fez de conta...) e nunca se deu por roubado. Então e depois! Mas que foi roubado, ai isso foi. Só que ele não se fez dado por isso e nós todos lá galhofámos a coisa conforme pudemos. E que maravilha estava o arroz de pato, comido com pão quente e vinho branco! Ainda lhe estou a sentir o sabor!
- MVL. Movimento de Viaturas Logísticas, que assegurava os reabastecimentos das unidades militares.
- NOMES. Tenho presentes os nomes dos principais actores desta «farsa». Mas faço de conta que não me lembro.

2 comentários:

Anónimo disse...

Se havia especialidade da tropa eram as tainadas, e então quando se juntavam uns petiscos sacados das cozinhas, eram um fartar de gulosos... ai não...

Anónimo disse...

Olá caro Celestino:
Renovo o que há uns tempos lhe escrevi sobre o seu blog. Uma vez mais os meus parabens.
Aproveito a oportunidade de lhe dizer que a fotografia da padaria da CCS do Quitexe fui eu que lhe enviei em Julho do ano passado.
Foi construída pela CCS do meu Bat.o 1917.
Um grande abraço
Luis Patriarca