segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O incêndio na arrecadação e quartos dos alferes milicianos do Quitexe

Os bombeiros que acudiram ao fogo e a casa (em baixo) que
ardeu no Quitexe, fez ontem 35 anos

A 17 de Janeiro de 1975 deflagrou um incêndio numa das casas (foto) onde o Batalhão de Cavalaria 8423, no Quitexe, tinha quartos dos oficiais milicianos e, noutra parte, a arrecadação do material de aquartelamento da CCS. Era de noite e todos apanhámos um valente susto.
Pensou-se, inicialmente, que fosse um qualquer ataque: as balas estouravam às centenas, simultâneamente; as labaredas cresciam e o pânico rapidamente galgou adentro das nossas almas. Já aqui falámos disso, mas chegaram-nos mais pormenores - que a memória foi apagando. E fotos, do (furriel) Neto.
O Livro da Unidade, por exemplo, refere que a origem terá estado num curto-circuito, que se registaram avultados prejuízos materiais e que «embora com a maior dedicação por parte do pessoal militar, não houve possibilidade de evitar a destruição total do imóvel, por falta de meios adequados para apagar o incêndio, inclusivé a própria água».
Recordo, por exemplo, a deficientíssima capacidade de combate, da parte dos Bombeiros de Carmona: um carro «artesanal», com bomba manual e três homens, e uma ridícula capacidade de transporte de água e que foi, de resto, motivo de grande chacota do pessoal militar. E repare-se na foto: um dos bombeiros está de gravata. Há distância de 35 anos, ontem feitos, até dá vontade de rir!
Ver AQUI.

3 comentários:

José Lapa disse...

Já no meu tempo no Quitexe,(65/67) esta moradia servia de arrecadação de material de guerra da CCS.Ao que me lembro,nesse tempo,não servia de alojamento aos Alf.Milºs.

Casal disse...

O da gravata devia ser o Chefe, a avaliar pela indumentária e também pela pose de "Operacional!" Só não consigo perceber como é que despois do rescaldo ainda conservou a brancura da camisa e a pomada nos sapatos! Hum...., deve ter-se mantido à distância, não fossem os dois homens ficar sem voz de Comando! Com a potência das agulhetas, nem houve necessidade de aproximação! Certo é que apagaram o fogo! Digo eu!
Faço ideia, o espectáculo!...

Viegas (ex-furriel miliciano) disse...

Casal:
O que recordo bem foi do fartote de rir da malta, depois do «assustanço». Gargalhadas que ainda hoje se ouvem.
Gargalhadas que não diminuíram o nosso incondicional respeito pelos bombeiros. Então e hoje!