Instalações da Fazenda de Santa Isabel, onde estava a 3ª. CCAV. 8423
A 5 de Dezembro de 1974, o comandante interino do Batalhão de Cavalaria 8423 (capitão José Paulo Falcão) visitou a fazenda de Santa Isabel, em vésperas de de lá sair a 3ª. Companhia - comandada pelo capitão miliciano José Paulo Fernandes. O tenente coronel Almeida e Brito, comandante BCAV. 8423, estava de férias em Lisboa.
A constante evolução dos acontecimentos, narra o livro da Unidade, «tornava necessário, mais do que nunca, o estreitamento de contactos entre comandos», razão, de resto, que levara José Paulo Falcão a reuniões no Comando do Sector do Uíge, em Carmona - nos dias 2, 4, 7 e 9 de Dezembro.
O Quitexe respirava aparente tranquilidade e o dia 4 - faz hoje 35 anos - foi de nova projecção de um filme, para familiares e civis, no Clube da vila.
A guarnição militar vivia momentos de ansiedade e dúvidas. Dúvidas principalmente resultantes de notícias que chegavam de Portugal, devido aos fraccionamentos políticos da revolução que então se vivia e que a maior parte de nós - jovens com educação militar pré-25 de Abril - não entendíamos muito bem.
As mensagens trazidas do «puto» pelos nossos companheiros chegados de férias também não ajudavam ou explicavam grande coisa. Antes confundiam. Por estes dias, por estes dias regressado de Águeda - onde matou saudades da família e namoriscou a sua Ni... - chegava o Neto: «Ó pá, aquilo por lá é uma confusão....».
E quanto à grande notícia que todos sonhávamos ouvir, nada: ninguém dizia quando regressaríamos a Portugal. Ninguém, aliás, saberia tal coisa!
- FOTO. Fazenda Santa Isabel, onde estava instalada a 3ª. Companhia do Batalhão de Cavalaria 8423. A foto, de César Oliveira, mostra uma visita do Comandante do BCAV. 1917, tenente-coronel António Amaral, à Companhia 1705, a 30 de Março de 1968. À direita, está o então Major de Operações Almeida e Brito - que viria a ser o comandante do BCAV. 8423, já como tenente-coronel. O nosso comandante!
2 comentários:
Amigos, eu vejo normalmente o site e chegou a minha altura de felicitar quem o faz, pois é uma linda forma de homenagear aqueles que se deram ao país sem pedir nada em troca e correndo riscos de vida, sem querer discutir se era justo ou injusto o que o governo decidia.
Uma coisa gostava igualmente de referir, que é o extraordinário acerbo documental e fotográfico que o site mostra, sobre a fase final da presença em Angola...
Eu não fui cavaleiro do norte mas conheci anos antes o que era difícil estar na guerra colonial...
Rogério
Não sabia que o comandante Almeida e Brito tinha estado lá antes, por isso ele sabia tão bem o chão que pisava...
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