domingo, 27 de dezembro de 2009

Corrida de S. Silvestre, cinema e jogos de futebol no Quitexe


O Quitexe do final do ano de 1974 teve cinema e uma corrida de S. Silvestre - da qual não me lembro minimamente, valha a verdade.
Mas realizou-se a prova, assim descreve o livro do batalhão, e realizaram-se também jogos de futebol - para os quais me emprestou umas botas o Alípio Canhoto, condutor da CCS. Eram do irmão, atirador da 3ª. CCAV. Ele, Alípio, mo lembrou há dias.
Sobre o futebol, e no campo do Quitexe, calhou defrontarmos um adversário temível, com avançado altamente goleador - assim rezava a lenda do tempo. Rifado em marcação, coube-me a mim prender tão indomável marcador de golos e a verdade é que me dei bem com a tarefa. Sequei-o, como de diz... O que nem foi difícil. Fazia ele muitas fintas - chicuólinas, assim lhe chamávamos... - e parava eu na frente dele. Fosse ele para a esquerda, fosse para a direita, voltava sempre ao meio, onde eu deixava a minha atlética figura em posição de corpo presente e na qual ele invariavelmente (em)batia. Não passava, assim, o Eusébio do Quitexe, e muito menos a bola... - o que muito o exasperou, a ponto de abandonar o campo... desiludido.
Morta esta minha «epopaica» e quase furtiva carreira de futebolista-militar - seguramente efémera... -, apostava-se entre os furriéis do «contra»: o Viegas vai ou não vai estar de serviço na noite de passagem de ano?

3 comentários:

Anónimo disse...

Aposto que foi...

Você devia ter por lá bons amigos...
Santos

Tomás disse...

Nem toda gente está sempre de serviço, de vez em quando tambem estão outros. Na noite de S. Silvestre de 1974 para 75 eu estava de serviço e azar, não era estar de serviço, é que estava a chover á moda de Angola. Então cá o rapaz pôs o "dolman" pelas costas e era velo (preocupado) atrás dos concorrentes, colegas, a ver se estava tudo bem (o melhor possivel) para a dita corrida. O ponto de partida era, ou foi, muito para lá da PSPA do Quitexe. Sem luz apenas com os farois das viaturas e a chover daquela forma, tal como conhecemos, não foi nada facil. Passados todos estes anos é caso para dizer, "estes gajos são mesmo malucos". Enfim... E já lá vão 35 anos.

Alfredo Coelho (Buraquinho) disse...

Eu;Alfredo Coelho,(Buraquinho)vou contar-lhes a história da corrida de S.Silvestre,que se fez no dia 31-12-1974,para o dia 01-01-1975, ou seja de terça feira para a quarta feira às 00-00 horas. A corrida começou desde a entrada da picada de ZALALA até à messe dos oficiais no Quitexe. Eu,Alfredo coelho,que também participei na corrida de S.Silvestre,e tinha que fazer das minhas,para ser o 1º classificado da corrida.E então,o que é que eu fiz? Como os enfermeiros tinham que acompanhar a corrida na ambulância,eu combinei com o 1º cabo enfermeiro Gomes,com o soldado maqueiro Moreira o (Penafiel),que quando a corrida começasse,eu ia-me isolar e entrar na ambulância,sem que eu fosse detectado pelo resto dos atletas.Então a ambulância vinha à frente,juntamente com outras viaturas militares a fazer escolta,e também iluminar a estrada até ao Quitexe porque não havia luz eléctrica. Ao chegar próximo da casa do administrador do Quitexe,onde estavam oficiais e o administrador a ver a nossa chegada,eu então saltei da ambulância e comecei a correr,e quem me viu só diziam,força buraquinho és o 1º,e eu cometi um erro que foi virar na 2ª rua do Quitexe quando deveria virar na 3ª rua onde ficava o bar do Rocha. E então cheguei à meta em primeiro lugar, e o capitão Oliveira começou logo a bater palmas e a gritar “É o buraquinho é da C.C.S. “, mas logo tudo ficou em águas de bacalhau,após a chegada do 2º que por lei foi o 1º classificado,porque ele reclamou a minha chegada forjada, e o capitão Oliveira ficou desanimado por ser um militar da 2ª companhia e não da C.C.S. como ele pensava. Sabem quem foi o 1º classificado? Foi o Fernando conhecido por «Spínola»,que era da 2ª Companhia operacional. Este militar morreu junto de mim num acidente de viação, na curva a seguir à fazenda Pumbaloja no sentido Quitexe Carmona,quando íamos de boleia e o carro em que o Spínola seguia que era numa Renault 4 L conduzida pelo empreiteiro de estradas do Quitexe que se chamava Sidónio foi contra a ambulância da delegacia do Quitexe que tinha sido roubada pelos guerrelheiros da F.N.L.A. Alem do nosso militar também morreu um guerrelheiro da F.N.L.A e o Sidónio ficou gravemente ferido. Eu peguei no Spínola e no Sidónio (que era o empreiteiro) e meti dentro da viatura em que eu ia (que por casualidade as marcas dos carros eram iguais), o condutor era o empregado do restaurante CHOPE-CHOPE de Carmona. Viemos para a delegacia do Quitexe e enquanto o José Maria Ferreira Lobo, também enfermeiro,fazia os 1ºs socorros,eu vim à procura do Capitão Paulo Fernandes comandante da 2ª companhia,dizendo que o Spinola tinha morrido de acidente,e ele disse que estava maluco porque ele tinha saído há minutos da companhia . Perguntou-me pelo corpo e eu disse que estava na delegacia com o Sidónio. Então o capitão Paulo Fernandes pegou no Sidónio e conduziu-o ao hospital civil de Carmona, comigo e com o enfermeiro José Maria Lobo onde o Sidónio ficou internado. Viegas, e assim fiz a história da corrida S.Silvestre. Teu amigo Alfredo Coelho (BURAQUINHO) .