quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O clone de Madalena Iglésias na Avenida de Baixo do Quitexe


As duas da tarde daquele domingo começaram com grandes folguedos, na Avenida de Baixo - com um movimento de gente que não era muito habitual. A concentração era mais ali para os lados do Bar do Pacheco mas, curiosamente, não eram muitos os que dele se aproximavam! Ficavam por aqui e por ali, formando pequenos grupos que sorriam e sussurravam, o que aguçava ainda mais a curiosidade!
Não tardou muito a saber-se a novidade, pela qual os olhos caíam e tantos se babavam! Embora apenas de passagem, o Quitexe “presenteava-nos” com quatro beldades brancas, sem pejo em, com simples olhar, desafiar de forma descarada os mais curiosos e fazer corar os mais ingénuos! Ficou tudo de olhos esbugalhados, a fazer uma figura de que hoje se envergonhariam, certamente – e eu também!
O Alferes Serpa (Lixívias), era o mais inconformado e logo se mostrou muito crítico! «Isto é uma pouca vergonha, onde estão as autoridades?...».
Ninguém lhe dava ouvidos, o que o punha num estado ainda mais colérico! Foi uma hora de pandemónio, com o pessoal a fazer contas de cabeça, a usar e abusar da imaginação, até o sangue fervilhar no cérebro!
Estava eu a olhar (como os outros!...) para as moçoilas e senti uma pancada na minha memória! Lembrei-me então de uma ex-colega minha da então Escola Comercial, que em 1971 tinha partido para Angola onde, acompanhada de outras voluntárias, iria servir nas Missões Católicas! Quem a conhecia, não disfarçou a estupefacção - era bonita demais! Afinal, podíamos muito bem estar perante quatro dessas voluntárias, que pelas Áfricas - neste caso pelo Quitexe -, distribuíam amores e ternuras!
Havia até uns calendários onde apareciam com crianças ao colo, no interior das Sanzalas em acções Missionárias! Era de louvar, a sua dedicação! Por instantes, pareceu-me reconhecer uma delas e até ia caindo no pecado de afirmar a mim mesmo que se tratava da minha ex-colega! Senti um ligeiro desconforto e até abandonei o local! E voltei a senti-lo em Maio deste ano, e 37 anosdepois, quando, no almoço de antigos alunos, me cumprimentou!
As voltas que o mundo dá! Passados todos estes anos, com muito ênfase, tentámos, como se fosse possível, recuperar a nossa irrequieta adolescência! Ainda e sempre bonita, lembrou-me a alcunha que lhe deu “fama” no meio escolar - Madalena Iglésias!
Apesar de revelar boa memória, não me falou do Quitexe ou de Missões Católicas! Claro, também não nos podemos lembrar de tudo!
A. CASAL

4 comentários:

Anónimo disse...

Querias a Madalema Iglésias, ãããããã...
Rogério

Anónimo disse...

Estou bem lembrado destas meninas em Quitexe e até houve mesmo um bocado de confusão. O furriel Nelsom que era meio maluco andou á pancada com um tipo qualquer por causa dumas piadas e parece que o deixou maltratado. Acho que depois foi castigado pelo comandante mas não me lembro como é que ficou depois. Ficou tudo maluco por causa das mulheres, eram bem bonitas e não só. Já nem me lembrava nada destas coisas. O Marinhas é que me disse que andava a ler o blogue porque tem muito tempo e já está reformado do ensino. Encontrei-o na Fnac em Coimbra.Nem sabia que ele era professor, sei é que ele tocava guitarra lá em Quitexe.Formava um duo de guitarras meio desafinado com o Rassimiam, o pastor do norte. Bons tempos que a malta passou.
Cunha

Viegas (ex-furriel miliciano) disse...

Guitarras no tempo dos Cavaleiros do Norte, não digo que existissem. Aquilo, no nosso tempo, era mais para as «violadas»..., com recados deixados numa caixa postal da estação dos Correios. Sei de quem era especialista nisso...
O truque, aparentemente, era genial. O militar (não digo quem é...) tinha uma caixa postal e a senhora tinha outra. Cada um punha o seu recado no apartado do outro e nem a empregada dos Correios desconfiava de nada... E eles lá marcavam os seus encontros na tranquilidade dos deuses!
Afinal,iam meramente buscar o seu correio e quando queriam saber do troco iam lá duas vezes ao dia. Genial e tão simples. Quem e por quê, afinal, se iria alguma vez desconfiar?!

Anónimo disse...

Estás enganado Cunha! A história com o Furriel, passou-se numa outra altura, quando um célebre "grupo de combate feminino" pernoitou no Quitexe. Parece que a ideia era aliviar o stress, mas deu mau resultado. Não tenho ideia de qualquer castigo! Isso foi uma história mais complicada! E tu "meu macaco" também andaste por lá a farejar mas deste com os burros na água - e por aqui me fico!
Casal