BATALHÃO DE CAVALARIA 8423. Os Cavaleiros do Norte!!! Um espaço para informalmente falar de pessoas e estórias de um tempo em que se fez história. Aqui contando, de forma avulsa, algumas histórias de grupo de militares que foi a Angola fazer Abril e semear solidariedade e companheirismo! A partir do Quitexe, por Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange e Songo! E outras terras do Uíge angolano, pátria de que todos ficámos apaixonados!
sábado, 19 de dezembro de 2009
As morenas do Liceu Salvador Correia de Sá na baixa de Luanda
A 19 de Dezembro de 1974, «desenfiado» eu do Quitexe, pus-me aos sóis e prazeres de Luanda. Não por muito tempo, apenas uns diazinhos e mesmo estes sempre a correr. Estava o Natal a bater à porta e, «aproveitando» uma boleia num avião militar, lá voei eu o Negage para a capital - onde havia galinhas no choco!
Um amigo que a morte já levou, o Alberto, tinha sido meu companheiro de escola e estava ao tempo em serviço na Base Aérea de Luanda. Por lá, pela capital, acamaradava comigo noite adentro, depois de um bom frango de churrasco e uns pares de canhângulos no Floresta. Depois, era ver-nos como passarinhos fora do a gaiola, a libertinar-nos por lá, cultivando «amizades» temporárias. Não escapariam também umas mariscada no Amazonas, na Portugália, no Mutamba ou no Paris Versailles, ou até um saltinho ao Pólo Norte e à ilha - que eram verdadeiros «sacrários» para satisfazer os nossos prazeres de boca. Depois, eram os bares da baixa luandina... onde, feitos de irmãos gémeos, pingávamos paixões por duas morenas do Liceu Salvador Correia de Sá.
A «coisa» estava pegava e da história resta-nos o constrangimento de lembrar a mentirazinha com que iludíamos as cachopas: seriamos nós irmãos gémeos, filhos de um casal de fazendeiros do norte que tinham falecido num acidente. E tínhamos duas irmãs no princípio da adolescência, a estudar como internas no Colégio dos Salesianos, no Estoril.
A fazenda, inevitavelmente, era para os lados do Quitexe e era para a Caixa Postal 12 que ela(s) escrevia(m) - para mim e para o meu irmão gémeo, quando ele se libertava das tarefas militares na base aérea. Quando era correio dele, lá tinha eu de lho enviar para Luanda e ele mandar-me a resposta para o Quitexe, para eu reenviar para Luanda - para uma das morenas. Quando se encontrava com elas na capital, lá me desculpava da minha ausência na fazenda do norte. Tolices da idade..
Desgosto meu (e dele) foi eu ter chegado a Luanda em Agosto de 1974 e elas, por ordem dos pais, já terem regressado a Portugal - coisa decidida em poucos dias, viajando nas célebres pontes aéreas dos retornados. Delas, sei que uma é enfermeira de saúde pública e moradora na área de Lisboa. Da outra, nunca mais soube.
- ALBERTO. Alberto Fernando Dias Ferreira, 1º. cabo especialista da Força Aérea, natural de Fermentelos. Posteriormente licenciado em Economia, era quadro do Estado e (por duas vezes) foi vereador da Câmara Municipal de Águeda - numa delas sendo candidato a presidente Já faleceu.
- CANHÂNGULO. Copo grande de cerveja; uma caneca grande, por cá.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Galinhas no choco e com os pobres ovos quase a estalar...do calor...galináceo!
Era a Luanda fantástica!
CASAL:
Entre outras coisas mais...
E que saudades!
Enviar um comentário