Uma picada de Angola. Mau piso e perigos escondidos atrás das matas. Um militar português, momentos antes da saída para uam operação militar. Lenço para evitar a entrada de pó na boca e nariz, armado de G3, granadas defensivas e ofensivas, na foto de baixo - clicar na imagem, para a ampliar
A primeira saída formal do PELREC terá sido um patrulhamento apeado,a partir da sanzala do Quitoque (ou da do Quimassabi), já sem companhia dos «caçadores» da 4211, na altura já a veranear por Ambrizete. Tínhamos feito, antes, uma pequena operação, para os lados de Camabatela, com eles, mais - julgo eu, hoje, e acreditando que a memória não me falha - para nos habituarmos aos sons da mata, aos cheiros das picadas e das fazendas e sanzalas.
Angola, a terra vermelha que aos nossos olhos se abria, era uma mistério enorme e não será surpresa dizer que as primeira vezes que saímos para além das fronteiras do Quitexe, se nos engravidavam o peito e alma de medos e constrangimentos. Não temíamos os leões que nos contavam ser donos da selva (nem nunca vimos algum!...), mas mais os ruídos novos que se descobriam quando palmilhávamos trilhos, entre a florestaa densa ou em descampados de sol que nos esmagava.
A uma madrugada, numa dessas primeiras saídas, chegámos a uma fazenda - creio que à Businaria, ou àJosé Guerra) e gelou-se-me a alma quando, parando no terreiro da dita e para o pequeno almoço de ração de combate, um dos «putos» que nos pediam de comer - «Dá os lata, esfurrié!!!. Dá os laaaata!...», rogavam eles - se me dirigiu palavra, tratando-me pelo nome.
«Esfurrié esVeiga, dá os lata...». Veiga era como ela conseguia dizer Viegas e assustou-me o pedido do puto de carapinha rapada, a estender-me a mão.
Assim, entre sustos e curiosidades que se matavam, fomos conhecendo as gentes e o chão de Angola.
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