Alferes Garcia e furriel Viegas, de partida para uma operação, mas matas uijenses (1974)
A 20 de Junho de 1974, hoje se completam 37 anos, iniciou-se a Operação Castiço DIH, dividida por quatro fases e na qual participaram todas a subunidades orgânicas do Batalhão de Cavalaria 8423. E ainda a 41ª. Companhia de Comandos e os Flechas de Carmona.
Fazendo a memória do dia, lembro a véspera e o chamamento do alferes Garcia ao Gabinete de Operações. «Vamos ter uma operação, saímos às 5 horas da manhã...», disse ele, com ar sério, compenetrado e sem dúvidas, «despachando o serviço», com o juvenil sorriso que quase o envergonhava.
Eu e o Neto engolimos em seco, mas tinha de ser. Para isso lá estávamos nós. E iríamos, obviamente. Jantámos tranquilamente, não comentámos o assunto - assim exigiam as elementares regras de segurança! -, mas passámos discretamente pela caserna do PELREC, para avaliar a disposição do pessoal, que por lá se ocupava em leituras e escritas de aerogramas, a jogar as cartas e a beber umas cervejas. Era de estilo!
O alferes Garcia se encarregeou, seguramente com a mesma discrição, de sondar os alferes Cruz (mecânico, por causa do transporte) e Hermida (responsável pelas transmissões). O furriel Lopes não foi abordado, pois sabia-se que havia enfermeiro «mobilizado» e era fácil acordá-lo a qualquer hora. E lá fomos!
A nossa jornada foi de três dias, com duas noites sem sono na mata, e recordo os sons estranahos desses crespúculos angolanos, os urros ou grunhidos animais, os guinchos dos macacos e nós sempre de olho aberto e alma a cuidar de nós, em alerta permanente! Nada nos aconteceu.
O mesmo não pôde dizer a 41ª. Companhia de Comandos, pois um dos seus homens accionou uma mina anti-pessoal e sofreu amputação de um pé.
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