Viegas e Neto, em Águeda, na Festa do Leitão, a 9 de Setembro de
2010, 35 anos depois da chegada de Angola
Águeda, 8 de Setembro de 2010, são pouco mais de 19 horas. O destino juntou-me à porta da Festa do Leitão de Águeda com o pai do Neto, a mãe, o irmão Albuquerque e a cunhada. «Olhe que está fazer 35 anos, precisamente neste momento, que eu e o Xico estávamos a chegar de Angola!!!...».
Sorriram-se os olhos do pai António Ribeiro Neto, gargalhando sobre mim; olhou-me de alegria a mãe, bateu-me nas costas o irmão Albuquerque e admirou-se a cunhada do meu preciosismo. Pouco mais de uma hora depois, estava eu a abraçar o Neto, na mesa da família que, na Festa do Leitão, saboreava o excelente pitéu gastronómico. «Amanhã, aqui! Ao meio dia e meio...». E assim foi!
O Neto e eu, hoje mesmo e a dois... - exactamente quando passaram 35 anos da nossa chegada de Angola... - fomos comungar essa recordação, na mesa do leitão assado à Bairrada que se comia nas festa de Águeda, bem regado com o excelente espumante bruto da zona, fresquinho e repetido (e lá foram duas garrafas!, pois não!...). E desfiámos recordações.
O Neto veio falar de uma cena, vivida a três (com o Monteiro), em Luanda e que eu não lembrava, quando os Cavaleiros do Norte ficaram sem as G3. Sem elas, mas com granadas! Várias granadas! Defensivas, ofensivas e incendiárias... E fomos «passeá-las» por Luanda, num autocarro, levando-as como defesa e mostrando a nossa força, nomeadamente quando tivemos de as «exibir», na passagem da avenida dos Combatentes para a D. João II - quando uns fedelhos armados e reconhecendo-nos como militares, nos insultaram e ameaçaram como quiseram.
«Não te lembras, pá?!... Rapámo-las do bolso, as incendiárias, e já íamos a pôr as mãos nas cavilhas?! Pusemos aquela garotada armada todinha em respeito...».
Assim foi, de verdade. E eu diria que eles, os jovens armados, nem teriam imaginado com quem se metiam, logo fugindo na noite e com o rabinho entre as pernas.
Recordando o incidente, saíramos nós para a cidade, numa das últimas noites de Angola, com a assumida consciência dos perigos de cada esquina, ou das ameaças de qualquer grupo armado - que podia, num ápice, roubar a vida a qualquer um. Já sem armas, que tivéramos de entregar em espólio, sobravam granadas que tinham vindo «camufladas» de Carmona, com milhares e milhares de munições - que estavam a ser queimadas no Grafanil, por ordem de quem em nós mandava.
Então, há granadas, andamos de granadas, levamos granadas!! E com elas, exibindo-as como ameaça e trunfo de guerra, lá nos livrámos de mais uma encrenca. «O pá, varríamo-los todos...», lembrou o Neto, 35 anos depois.
E, à conta desta e de outras, lá se foram duas garrafas de espumante bruto, o Baga das Caves Primavera! A acompanhar duas travessas de leitão! Ah guerreiros!!!
1 comentário:
olá,sou seguidora do vosso blogue,sou do Uíge,dado que a minha família era do Songo,sou da família Figueiredo do Songo,também tenho um blogue ou alias kakak tenho 5 blogues mas um falo de àfrica e http://cozinhafricana.blogspot.com
ando sempre a cuxcar tenho o Onzima e o do Songo de militares que lá estiveram tbém,beijo e saudações a todos...põe fotos do Songo se tiveres,eu sou a Carla,prazer...vivo em Guimaães...
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