sábado, 25 de setembro de 2010

Escaramuça em café da cidade de Carmona

 
Viegas, Mosteias e Neto, furriéis milicianos e Cavaleiros do Norte

A jornada angolana do batalhão de Cavalaria 8423 teve actores muito diversos - em feitios, em formação, em coragem e atitude cívica e militar, atavio e pontualidade, mas todos discipinados, homens de aprumo e irmãos. Solidários! Com as regras de excepção que as confirmam.
Os rapazinhos da foto eram dos mais desassossegados: Viegas, Mosteias e Neto. E a eles juntemos-lhe o Machado - o sempre irreverente e cáustico Machadinho!!! Ai, ai..., não se lhe tocasse com uma flor, quanto mais com um espinho!!! Logo havia arranhão. E do grosso, a ensaguentar. Assim fizessem de nós alguma torre, bispo ou cavalo do tabuleiro que tantas vezes enxadrezou as relações dos milicianos com os chefes militares profissionais. 
Um dia - e esta nada tem a ver com a tropa quitexana -, o Mosteias, em Carmona, soltou-se de repente de botas para o ar e de mãos espalmadas na mesa de um café da cidade, com as veias a saltar-lhe do pescoço, desafiando jovens civis europeus, que provocavam a tropa, com dixotes mal-educados e injustos. «Saiam-se!!!....», gritou ele, a fazer o pino e a perder o fôlego. E quando ele fazia coisas destas, a coisa não estaria para brincadeiras.
A sala era grande e estava cheia, com para aí mais de meia centena de pessoas, e o ambiente estava muito escaldado. Em guarda, levantámo-nos eu e o Neto, rápidos, mais o Pires de Bragança e o Rocha (ambos de guelras menos abertas que nós...), mas todos prontos para o que desse e viesse. E o Mosteias a fazer o pino! E nós todos prontinhos para a porrada!
A coisa acalmou, depois de mais um «grito de guerra» do gigante Mosteias, que ainda hoje não sei como o conseguiu: «Dou cabo de vocês todos!!!....». E espumava pela boca, quando de despinou e, de olhos arregalados, se virou para os civis da sala. Que eram muitos!
Interveio um seráfico empregado do café e o patrão, para sossegar as coisas, quis pagar rodadas de cerveja aos tropas. Que nós recusámos.
Lembras-te, ó Mosteias. Tás a ver a cena, ó Neto?? Eu, a 25 de Setembro de 2010, ainda acredito que a escaramuça só não deu numa «batalha campal» pela sorte de Deus que nos acompanhava.

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