Alferes milicianos Garcia e Ribeiro, capitão miliciano médico Leal e tenente Luz, no Quitexe (1974)
O capitão Leal espalhou medicina e bondade, pelo Quitexe - onde foi Cavaleiro do Norte e sacerdote da saúde, para militares e civis. Era tudo o que nós queríamos ser: competente, generoso, culto, prestável, jovial e divertido, quase «milagreiro» na arte de nos matar as maleitas e curar as moídelas do corpo.
O capitão Leal era um companheiro mais velho, mas que tinha a nossa idade emocional, que se divertia e nos dispunha em fartas alegrias à conta de uma boa anedota, ou de uma piada sempre bem piada! Mas era principalmente o médico, ali sempre para o que desse e viesse e que nos amolecia as dores e nos enxaguava a alma de afectos, sempre com disposição em astral alto.
A competência profissional, nem se comenta. Era enorme! A disponibilidade, total! O espírito de servir, como que o levava em regaço, sempre que era precisa uma consulta, para os males do corpo - fosse de militares ou de civis. Era homem de fino trato e piada fina, sempre mais esmerada quando «queimava» o seu cigarro e as lavrava a atirar fumos ao ar.
O capitão miliciano médico Leal correu dezenas de aldeias e fazendas, onde levava ao povo o conforto de uma consulta, a oferta de uma aspirina, de um quinino, da injecção que matava dores, do medicamento que adiava lutos.
O comandante Almeida e Brito louvou-o, em Setembro de 1974 (há 36 anos), sublinhando-lhe «a maior competência profissional, na reslução de todos o casos clínicos (...), com elevado espírito de servir e perfeitamente identificado com a missão que lhe foi solicitada, nunca se poupando a sacrifícios».
Acumulou funções militares com as de Delegado de Saúde e «apoiou permanenteente todas as populações civis, europeias e africanas». Deixou saudades no Quitexe, quando, em Novembro de 1974, terminou a sua comissão e regressou a Lisboa.
Foi cavaleiro-médico maior!!!!
- LEAL. Manuel Soares Cipriano Leal, capitão miliciano médico. Reside em Fafe.
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