BATALHÃO DE CAVALARIA 8423. Os Cavaleiros do Norte!!! Um espaço para informalmente falar de pessoas e estórias de um tempo em que se fez história. Aqui contando, de forma avulsa, algumas histórias de grupo de militares que foi a Angola fazer Abril e semear solidariedade e companheirismo! A partir do Quitexe, por Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange e Songo! E outras terras do Uíge angolano, pátria de que todos ficámos apaixonados!
terça-feira, 16 de março de 2010
O 16 de Março de 1974
Dia 16 de Março de 1974! Era um sábado e nós, os futuros Cavaleiros do Norte, gozávamos o primeiro dos dez dias da Licença de Normas - que anteciparia a viagem para Angola, ainda sem data marcada. Nessa madrugada, um grupo de militares saiu do RI5, nas Caldas da Rainha, e marchou sobre Lisboa, depois de prender o comandante, o segundo comandante e três majores.
Os revoltosos avançaram para derrubar o Governo, mas a subvelação não avançou noutras unidades e foram interceptados à entrada de Lisboa, pela Artilharia 1, pela Cavalaria 7 e pela GNR. Ao chegar perto do local, a coluna rebelde inverteu a marcha e regressou ao quartel das Caldas da Rainha, que foi imediatamente cercado por Unidades da Região Militar de Tomar.
Foi, digamos, o pré-25 de Abril! Que chegaria 40 dias depois!
Por mim, só soube de tal à noite, a ver o telejornal do café Império, aqui ao lado. E fiquei sem perceber grande coisa! Nem por aqui, na minha terra de Ois da Ribeira, alguém poderia ou saberia esclarecer algo que fosse.
Ao outro dia, domingo, apressei-me a ir a Águeda, de comboio, para comprar o jornal e lá vim a saber do que se passaram segundo a visão jornalística do tempo. O que, valha a verdade, não me deu qualquer esperança quanto ao futuro próximo: ir para Angola! Assim como fomos!
Foi há 36 anos!
Passado um ano, fazíamos em Carmona os primeiros «ensaios» para o que seria o (então futuro) exército de Angola. Que nunca chegou a ser!
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1 comentário:
Este acontecimento só nos foi relatado oficialmente, passados três ou quatro dias. Foi o próprio Comandante que o fez, afim de evitar conversas com versões diferentes, principalmente com os civis. Se alguns se interessaram pelo assunto, outros houve que o mataram logo ali.
A mensagem foi recebida ás oito da manhã do dia 17 (relâmpago) e entregue ao Comandante, pelo Furriel de TRMS, após a respectiva descodificação pelos Op. Criptos. Quem não gostou desta atitude foi o Oficial de TRMS que se sentiu ultrapassado!
Ainda foi tema para uma semana à hora da bica, mas caíu no esquecimento. Já estávamos mais atentos ao fim da comissão que, oficialmente, terminaria a 14 de Abril. Não imaginávamos que ainda nos esperavam alguns amargos de boca, para não falar de mais dois meses e meio de comissão. É que com aquela de «nem mais um soldado para África» não contávamos!
Casal
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