sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A ligação familiar do capitão médico Leal a Águeda

Tenente Luz, alferes Ribeiro e Hermida, tenente Mora, alferes Cruz, capitão Oliveira, alferes miliciano médico Honório Campos e capitão miliciano médico Leal


Volto hoje ao capitão miliciano Leal, quem a  graça do destino me fez reencontrar na noite de ontem. Porque, imaginem lá, ele tem «coisa» a ver com Águeda, a minha terra, da parte da «mais que tudo» de sua vida, a mulher - que é familiar do arquitecto António Carneiro, que foi meu professor e empresário do sector de faianças.
«Ai não sabia?!...», perguntou-me ele, a brincalhar, em farta gargalhada, com a minha surpresa e a aquecer-me a alma com a riqueza de pormenores que me contou do seu «ramo» aguedense.
«Ó dr. Leal, mas como é que é possível que eu não soubesse disso?!... Como é possível?!», , interroguei-o eu, a beber a surpresa, muito embora inocentado pela minha ignorância sobre a árvore genealógica do dr. Leal. 
Riu-se o doutor, que por Santarém se mestrou em clínica geral, «fez» todas as especialidades em Angola e por cá curriculou mais de 30 anos no Hospital de Fafe e nas redondezas que o reclamavam - a Misericórdia, os lares e as creches, a toda a gente que precisou da sua bondade e da sua sabedoria médica.
«Ainda hoje vou a Celorico ou a Felgueiras, se me chamarem. Vou sempre...». E dá consultas diárias, no rés-do-chão da sua casa de Fafe, a que se ligou pelo casamento, em 1959. «Um ribatejano só se dá bem no Ribatejo, mas não foi o meu caso, que gosto de Fafe, destas terras bonitas, destes ares...».
O dr. Leal falou-me dos Encontros dos Cavaleiros do Norte: «Ó pá, você dê-me uma apitadela, que eu quero ir.., nem que seja morto!!!...».
Mas qual morto, qual quê? O nosso médico do Quitexe respira saúde e, em 82 anos, um mês e oito dias dias de vida, só por duas vezes lhe mediram a tensão, aos 50 e as 70. «Vou voltar a medi-la aos 90!!!...», gargalhou o dr. Leal - que do Quitexe tem a mesma saudade que sentem todos os Cavaleiros do Norte. 

2 comentários:

Casal disse...

Cito um Diário Transmontano;
Aos 82 anos, Manuel Cipriano Leal, Ou apenas dr. Leal, conhecido na região de Fafe, continua sentado no consultório, de porta aberta, para atender a todos. A genica já não é a de outros tempos, mas a vontade de ajudar o próximo mantém-se vigorosa. "Sinto-me bem assim, é da minha natureza", deixa escapar entre um chorrilho de recordações.
Dos montes e vales da região que circunda a cidade de Fafe, o dr. Leal lembra os dias a fio em que percorreu, muitas vezes a pé, os lugares de onde recebia o chamado. "Às vezes chegava a casa de madrugada e tinha logo que sair. O telefone não parava", contou. Ainda hoje não nega uma chamada."Seja onde for". E sempre com o espirito solidário que o acompanha desde o berço, em Santarém.
Ligado às Conferências de S. Vicente de Paulo, o dr. Leal cedo se apercebeu das necessidades da população. "Entrava numa casa e avaliava logo a condição das pessoas. É da minha formação. Muitas vezes levava a medicação para os primeiros dias e deixava-a ficar"
Em fim de carreira, mantém esse orgulho em ajudar o próximo e, após 50 anos de exercício, conhece bem quem o procura. "Ajudo, mas não sou daqueles que vou cobrar mais a um que pode só porque não cobrei a outro que não podia", explicou.
Apesar da idade, diàriamente está no consultório e os fafenses sabem que têm no dr. Leal alguém disposto a ajudar desinteressadamente por uma boa saúde.

Fim de citação

O texto "levou-me" até Fafe, cidade que visito com alguma regularidade, puxado e empurrado por amizades sólidas que os tempos de vida militar alicerçaram.
E de lá me responderam maravilhas do distinto médico; "ui, o dr. Leal, mas há aqui quem não o conheça?! E porquê ?, vós não o conheceis e quereis conhecer"?|..., e por aí além com montes de elogios, num sotaque típico da região.
Como se eu não soubesse ou não o conhecesse! Só falei com ele em duas situações bem distintas. A primeira quando, atacado em força com paludismo, precisei da sua preciosa ajuda; A segunda, quando, inesperadamente e causando até alguma perplexidade, pediu por favor para que o deixassem participar numa operação. Os nossos 22 anos pasmaram-se com a sua atitude e até houve quem receasse que iria ser um impecilho. Nada disso. Durante os três dias da operação, o dr. Leal foi um exemplo para todos. Os seus quarenta e tais anos não o deixaram ficar nada mal.
Não há quem não se lembre deste episódio que só podia vir de uma pessoa com um modo muito próprio de estar na vida. E ele deve lembrar-se bem que também foi um operacional nos tempos do Quitexe!

Casal disse...

Cito um Diário Transmontano;
Aos 82 anos, Manuel Cipriano Leal, Ou apenas dr. Leal, conhecido na região de Fafe, continua sentado no consultório, de porta aberta, para atender a todos. A genica já não é a de outros tempos, mas a vontade de ajudar o próximo mantém-se vigorosa. "Sinto-me bem assim, é da minha natureza", deixa escapar entre um chorrilho de recordações.
Dos montes e vales da região que circunda a cidade de Fafe, o dr. Leal lembra os dias a fio em que percorreu, muitas vezes a pé, os lugares de onde recebia o chamado. "Às vezes chegava a casa de madrugada e tinha logo que sair. O telefone não parava", contou. Ainda hoje não nega uma chamada."Seja onde for". E sempre com o espirito solidário que o acompanha desde o berço, em Santarém.
Ligado às Conferências de S. Vicente de Paulo, o dr. Leal cedo se apercebeu das necessidades da população. "Entrava numa casa e avaliava logo a condição das pessoas. É da minha formação. Muitas vezes levava a medicação para os primeiros dias e deixava-a ficar"
Em fim de carreira, mantém esse orgulho em ajudar o próximo e, após 50 anos de exercício, conhece bem quem o procura. "Ajudo, mas não sou daqueles que vou cobrar mais a um que pode só porque não cobrei a outro que não podia", explicou.
Apesar da idade, diàriamente está no consultório e os fafenses sabem que têm no dr. Leal alguém disposto a ajudar desinteressadamente por uma boa saúde.

Fim de citação

O texto "levou-me" até Fafe, cidade que visito com alguma regularidade, puxado e empurrado por amizades sólidas que os tempos de vida militar alicerçaram.
E de lá me responderam maravilhas do distinto médico; "ui, o dr. Leal, mas há aqui quem não o conheça?! E porquê ?, vós não o conheceis e quereis conhecer"?|..., e por aí além com montes de elogios, num sotaque típico da região.
Como se eu não soubesse ou não o conhecesse! Só falei com ele em duas situações bem distintas. A primeira quando, atacado em força com paludismo, precisei da sua preciosa ajuda; A segunda, quando, inesperadamente e causando até alguma perplexidade, pediu por favor para que o deixassem participar numa operação. Os nossos 22 anos pasmaram-se com a sua atitude e até houve quem receasse que iria ser um impecilho. Nada disso. Durante os três dias da operação, o dr. Leal foi um exemplo para todos. Os seus quarenta e tais anos não o deixaram ficar nada mal.
Não há quem não se lembre deste episódio que só podia vir de uma pessoa com um modo muito próprio de estar na vida. E ele deve lembrar-se bem que também foi um operacional nos tempos do Quitexe!