A Nota nº. 47000 - Pº. 33.007, de 17 de Novembro de 1973 - hoje se completan 37 anos! -, da Repartição de Serviço de Pessoal, da Direcção de Serviço de Pessoal do Ministério do Exército, dava conta da mobilização de uns quantos mancebos, «nomeados para servir no Ultramar».
Ultramar era a designação oficial das colónias portuguesas, que ao tempo iam da Europa à Oceânia (Timor-Leste), passando por África (Cabo Verde, Guiné, Angola e Moçambique) e pela Ásia (Macau). Um império e pêras!
Era também o destino da minha geração, que se habituara a ele desde 1961 - éramos ainda crianças, a caminho da adolescência, da juventude e da guerra!
Um um dos mancebos era eu!
Outro, era o Neto.
Outro ainda, era o Monteiro!
E muitos outros, para outros batalhões.
As chamadas «Nomeações para o Ultramar» não nos chegavam logo que decididas e a nossa só viria a ser publicada na Ordem de Serviço nº. 286, de 7 de Dezembro de 1973, do Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE), em Lamego. Eram feitas nos termos da alínea c), do artº. 20º. do Decreto-Lei nº. 49107, de 7 de Julho de 1969.
Eu, o Monteiro e o Neto éramos mobilizados para Angola.
Assim diz, na parte que me respeita: «1º. cabo miliciano «Op. Esp». mec. 06810773, CELESTINO J. P. M. VIEGAS, do RC4 e adido a este Centro e à CCAÇ., com o nº. 487/73/A.
Destinado ao BCAV 8423/RC4/RMA».
Pronto, estava «destinado» o destino. E lá se passaram 37 anos!
- CIOE. Centro de Instrução de Operações Especiais, em Lamego.
- OP. ESP. Operações Especiais.
- CCAÇ. Companhia de Caçadores.
- BCAV. Batalhão de Cavalaria.
- RC4. Regimento de Cavalaria 4, em Santa Margarida.
- RMA. Região Militar de Angola.
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